O português Filip Cveticanin reencontrou um dos seus ídolos sérvios Marko Podrascanin, durante o grupo A do Europeu2021 de voleibol, em Cracóvia, e repetiu a foto tirada há 10 anos em Portugal.
“É uma sensação enorme estar a pisar o mesmo recinto de jogo que ele [Marko Podrascanin], apesar de não o ter defrontado, porque não jogou contra Portugal”, disse o central Filip Cveticanin, de 25 anos, de origem sérvia, à agência Lusa.
A história remonta há 10 anos, quando a seleção da Sérvia se deslocou a Portugal para competir e Filip Cveticanin, na altura a dar os primeiros passos na prática de voleibol, tirou uma fotografia em conjunto com os seus ídolos.
O central Marko Podrascanin, de 34 anos, fazia parte dessa seleção que se deslocou à Póvoa de Varzim, sendo agora a “única tartaruga”, como disse o sérvio, que resta dessa geração, tinha na altura Filip Cveticanin 14 ou 15 anos.
No final do segundo jogo, Filip Cveticanin tirou uma fotografia com a seleção sérvia, ao lado de alguns dos seus ídolos, entre os quais o central Marko Podrascanin, para assinalar a passagem da equipa do seu segundo país por Portugal.
“Falei desse momento com ele [em Cracóvia] e mostrei a fotografia, que tenho no telemóvel, mas claro que já não se lembrava, porque foi há muitos anos, e, entretanto, passaram muitos jogos, mas vamos repetir”, disse Cveticanin.
O central português lamenta não ter defrontado Marko Podrascanin, poupado pelo treinador Slobodan Kovac, no jogo de segunda-feira frente a Portugal, que os sérvios venceram por 3-1, mas realçou o facto de o ter visto jogar nos outros encontros.
“Agora, combinei com ele tirar uma outra fotografia. Era giro tirar com a equipa toda, para comparar. É incrível saber que passados 10 anos ele ainda continua aí”, disse Cveticanin, filho de pais sérvios, nascido no Funchal.
Filip Cveticanin, um dos habituais titulares da seleção portuguesa, liderada pelo treinador Hugo Silva, no Europeu2021, é filho de um nome sonante do andebol sérvio há longos anos radicado em Portugal, Vladimir Cveticanin.
A compleição física de Filip Cveticanin, com 1,90 metros aos 14 anos, foi um dos principais argumentos para se impor nas camadas jovens do Gueifães e despertar o interesse do selecionador português de cadetes de então, o cubano José Rojas.
O treinador Rui Silva levou-o para o Castêlo da Maia, com 17 anos, em 2013/14, e Cvet, como é conhecido no meio do voleibol, estreou-se na I Divisão e somou minutos de jogo ao longo do campeonato.
O atual jogador do Sporting de Espinho, desde 2020/21, representou ainda o Benfica, de 2017/18 e 2018/19, e teve uma fugaz passagem pelo voleibol grego, no Foinikas Syrou, e pelo Esmoriz, em 2019/20.
O pai do central português, Vladimir Cveticanin, campeão mundial de juniores pela Jugoslávia em 1991, chegou a Portugal em 1994, oriundo do Estrela Vermelha, para representar o Marítimo.
Permaneceu na Madeira durante duas temporadas, ajudando os ‘verde-rubros’ a regressar à I Divisão logo na sua primeira época e aí conheceu Jasna, também andebolista, mãe de Filip.
Em 1996/97, foi contratado pelo Sporting, emblema com o qual conquistou uma Taça e uma Supertaça, após o que regressou à Madeira, desta vez para representar a recém-criada Madeira SAD, que teve como base o Académico do Funchal.
Em 2000/2001, Vladimir Cveticanin ingressou no Águas Santas, sagrando-se o melhor marcador da fase regular, com 155 golos, e na temporada seguinte conquista nova Taça de Portugal pelos maiatos.
Vladimir Cveticanin teve ainda uma fugaz passagem pelo AC Fafe, em 2003/04, formando com Viktor Tchikoulaev e Eduardo Salgado uma poderosa primeira linha, ainda antes de, representando na temporada seguinte, o Académico de Águeda.
Em 2007, Vladimir Cveticanin regressou definitivamente ao Águas Santas, clube no qual terminou a carreira, e no qual ainda hoje exerce funções técnicas e administrativas.
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