O capitão da seleção portuguesa de ténis, Rui Machado, admitiu hoje deceção com a derrota por 3-1 no Cazaquistão, assumindo-se "orgulhoso da entrega dos jogadores portugueses" na luta pelo acesso ao Grupo Mundial da Taça Davis.
"Sinto-me muito honrado por capitanear esta equipa. Fizemos uma semana com profissionalismo ao mais alto nível de preparação, cuidando de muitos detalhes na expectativa de ajudar cada um dos jogadores. Tentámos fazer o nosso trabalho da melhor maneira. Na minha estreia como capitão, gostaria de ter começado com uma vitória e a fazer história para Portugal, até porque estes jogadores já o merecem por toda a dedicação e tudo o que têm feito pelo país", afirmou Rui Machado, em declarações à agência Lusa, no National Tennis Center, em Astana.
Apesar de confessar que tinha consciência das dificuldades do embate com o Cazaquistão, que venceu 11 das últimas 12 eliminatórias em casa, ao passo que Portugal não vence fora desde 2013, na Moldávia, Machado assegurou ter acreditado no triunfo português e no apuramento para as finais da Taça Davis, que vão decorrer entre 18 e 24 de novembro, em Madrid.
"No geral, o Cazaquistão jogou melhor do que nós. Nos pares, a nossa dupla precisou de algum tempo para se habituar e ganhar ritmo, mas depois jogou muito bem. Mostraram mais uma vez o porquê de jogarem os pares, de representarem tão bem Portugal e dar boas memórias aos portugueses. Foi uma boa vitória. Mas depois o Kukushkin hoje jogou melhor do que o João [Sousa], que tentou de tudo para o contrariar, mas não foi possível, não havia nada a fazer", defendeu o capitão, revelando acreditar que se "Portugal tivesse jogado em casa", na sua superfície e entre os seus adeptos, "o resultado seria outro".
Enquanto Gastão Elias reconheceu ter a dupla portuguesa, no encontro de pares, sentido ser "superior e um pouco à frente, mesmo tendo perdido o primeiro 'set', por ter escapado uma bola ou outra", João Sousa admitiu ter vivido um dia pouco feliz, em que assinou 45 erros não forçados face aos 12 'winners' e três ases ante Mikhail Kukushkin.
"As estatísticas dizem tudo. Não consegui jogar bem, não consegui ser fiel ao meu estilo de jogo, ser agressivo. Se calhar por mérito do adversário, mas não fui competitivo nem consegui fazer o meu jogo. Fiquei um pouco frustrado com isso e com a derrota", assumiu o vimaranense.
João Sousa disse ter tentado "não pensar" na obrigatoriedade de vencer o terceiro jogo de singulares para manter a esperança de Portugal avançar para o Grupo Mundial, recordando que "era um ponto importante, mas era necessário vencer todos os encontros hoje""
O número um luso alertou para a necessidade de "levantar a cabeça e começar a pensar na próxima eliminatória", agendada para setembro, referente ao Grupo I da Zona Euro/África da Taça Davis.
O Cazaquistão assegurou a presença no Grupo Mundial ao vencer a eliminatória, decidida à melhor de cinco, ao juntar o triunfo de Mikhail Kukushkin frente a João Sousa, aos obtidos na sexta-feira por Alexander Bublik e Kukushkin, frente a João Sousa e Pedro Sousa, respetivamente.
Hoje, João Sousa e Gastão Elias ainda alimentaram a esperança na recuperação lusa, ao vencerem o embate em pares, diante de Timur Khabibulin e Alekxandr Nedovyesov.
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