O tenista russo Andrey Rublev, número oito mundial, classificou hoje de “totalmente discriminatória” a exclusão de russos e bielorrussos do torneio de Wimbledon, devido à invasão militar da Ucrânia por parte da Rússia, com o apoio da Bielorrússia.

"As razões que eles [organização] nos deram não faziam sentido, não eram lógicas. [...] O que está a acontecer agora é totalmente discriminatório contra nós", disse o russo, em conferência de imprensa, após ter batido o checo Jiri Lehecka, no torneio de Belgrado.

Rublev sugeriu que fossem dados "os prémios do torneio [Wimbledon] como ajuda humanitária às famílias que sofrem", uma medida que, no seu entender, "teria impacto", ao contrário do impedimento aos tenistas russos e bielorrussos.

Para além de Rublev, a decisão do All England Club, que organiza o torneio do 'Grand Slam', afeta também jogadores como os russos Daniil Medvedev (n.º 2 do ranking ATP), Karen Khachanov (n.º 26) ou Aslan Karatsev (n.º 30), bem como o bielorrusso Ilya Ivashka (n.º 44).

Do lado feminino, estão impedidas de participar, entre outras, as bielorrussas Aryna Sabalenka (n.º 4 do ranking WTA) e Victoria Azarenka (n.º 18), bem como as russas Anastasia Pavlyuchenkova (n.º 15) e Daria Kasatkina (n.º 26).

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).