O ténis nacional estará representado por Henrique Rocha, Jaime Faria e Francisca Jorge no ‘qualifying’ de Roland Garros, aos quais se juntarão Nuno Borges e Francisco Cabral, respetivamente no quadro principal de singulares e de pares, em Paris.
Serão cinco os tenistas portugueses a disputar o segundo ‘major’ da temporada. Aos mais experientes Borges, número 53 do mundo, e ao amigo Cabral, 58.º colocado no ranking de pares, vão juntar-se os estreantes na terra batida parisiense Rocha, Faria e, na fase de qualificação feminina, Francisca Jorge, a melhor tenista nacional, ao figurar na 203.ª posição na hierarquia WTA.
Roland Garros não será uma completa novidade para o jovem portuense (206.º ATP), que já jogou o quadro principal do torneio do Grand Slam de juniores, em 2022, tanto em singulares, como em pares. Este ano regressa, mas para discutir a fase de qualificação do principal torneio francês, que decorre a partir de segunda-feira.
“Sinto-me muito bem e motivado. Os últimos resultados não têm sido os melhores, mas sinto que tenho melhorado ao longo das semanas e tenho vindo a jogar cada vez melhor” afirmou Henrique Rocha, em declarações à Lusa, confessando estar “um bocadinho nervoso pela estreia em seniores, o que é normal, apesar de ter jogado em Paris em juniores e de conhecer os cantos à casa”.
Depois da estreia no quadro principal do ATP 250 Estoril Open, em abril de 2023, passando pela fase de qualificação, e da entrada no top 300 mundial em outubro do mesmo ano, o tenista do Centro de Alto Rendimento (CAR) da Federação Portuguesa de Ténis (FPT) conquistou o primeiro título ‘challenger’ em Múrcia e alcançou o 197.º posto, no último mês de abril.
Desde então, as exibições têm sido mais discretas, mas Rocha, que tem pedido alguns conselhos a Nuno Borges e aos treinadores Rui Machado, Pedro Sousa e Neuza Silva, todos eles com experiência no ‘major’, está confiante de que “vai correr bem” a aventura em Paris.
“Estamos a fazer uma boa preparação em terra batida, semana após semana. Não é no ‘qualifying’ que sonho estar e espero um dia chegar ao quadro principal. Claro que o meu objetivo já será esse, mas acho que ainda falta muito caminho a percorrer”, defendeu o portuense, residente no CAR.
Tal como o habitual parceiro de pares, com quem venceu esta época um título ‘challenger’ na variante, em Ostrava (República Checa), Jaime Faria também tem vaga assegurada na fase de qualificação de Roland Garros, onde fará a estreia absoluta em torneios do Grand Slam, após o contributo da inédita meia-final de um ‘challenger’, há um mês, no Oeiras Open 3.
O lisboeta, de 20 anos, começou a temporada na 411.ª posição do ranking ATP, ganhou quatro títulos ITF consecutivos este ano no Algarve e estreou-se em quadros principais do ATP Tour no Estoril Open, antes de repetir esta semana as meias-finais no Jamor, onde lutará hoje pelo título do Oeiras Open 4.
“Tenho de ganhar jogos para ir a Wimbledon. Não sei se garanti com a vitória nos quartos de final, mas perdendo esse encontro tinha de ir à calculadora e facilitou-me um bocadinho a vitória. Dá-me mais conforto saber que estou muito perto, mas eu quero sempre mais e aproveitar estas oportunidades, chegando mais vezes a estas fases adiantadas dos torneios. Há que procurar fazer melhor, ser ambicioso e as minhas oportunidades vão chegar”, comentou Faria (233.º ATP) à Lusa, já depois de confirmada a sua presença em Roland Garros.
Antes da relva londrina, o desafio mais imediato de Faria será no pó de tijolo francês e motivação é a palavra de ordem, embora garanta estar “completamente focado” na final de hoje do ‘challenger’ português.
“Estou a apostar as fichas todas no encontro de hoje e, para ser sincero, ainda não pensei muito no ‘qualifying’ de Roland Garros. Mas é muito gratificante, porque é o meu primeiro torneio do Grand Slam, estou ansioso e muito entusiasmado. Ganhar encontros dá confiança, não sei se as condições são parecidas ou não, mas sinto-me a jogar bem e preparado, só ainda não fiz a mala”, afirmou.
Assim como os colegas do CAR Henrique Rocha e Jaime Faria, a vimaranense Francisca Jorge garantiu o acesso à fase de qualificação do torneio francês, depois de fazer a estreia no Grand Slam no Open da Austrália.
“Estou ansiosa, mas ao mesmo tempo motivada, porque não é a minha primeira vez num torneio do Grand Slam e já não é aquele entusiasmo todo de jogar um torneio diferente e maior. Não deixa de ser um ‘major’, mas acho que estou mais mentalizada e em contagem decrescente para chegar lá. Acho que vou gostar”, confidenciou à Lusa, garantindo estar “mais tranquila” com a estreia em Paris.
Naquele que é o seu “torneio preferido do Grand Slam e o que mais desejava jogar”, a minhota, que se sagrou recentemente campeã de pares do Oeiras Ladies Open, ao lado da irmã Matilde Jorge, ambiciona voos mais altos e na presença dos pais, que faz questão de levar como fazem os “jogadores de topo”, numa aventura que considera “extra especial”.
“Gostava de passar as três rondas e atingir o quadro principal, mas é dar o máximo, jogar bom ténis, procurar o melhor nível e os resultados vão aparecer. Tenho vindo a jogar bem em terra batida, por isso é uma questão de me aplicar no trabalho e confiar no processo, porque sinto que estou a jogar bem e consigo bater-me com qualquer jogadora. É jogar com ambição e sem receio”, acrescentou a minhota, de 24 anos.
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