fael Nadal, 14 vezes campeão de Roland Garros, Novak Djokovic, Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, que lideram respetivamente o top 3 mundial, preparam-se para jogar em Paris, mas há dúvidas quanto à forma física dos principais favoritos.

O segundo major da temporada leva, a partir de domingo, à terra batida parisiense a nata do ténis mundial, com os 10 melhores do mundo a não faltarem à chamada, mas a 123.ª edição do torneio será porventura uma das que suscita maiores dúvidas e se afigura mais aberta.

Outrora inquestionável o domínio do esquerdino Nadal, hoje são mais as incógnitas do que as certezas que assolam a participação do espanhol em Roland Garros, cujo quadro principal decorre entre 26 de maio e 09 de junho na capital francesa, onde Nuno Borges representará o ténis português na prova de singulares e pares e Francisco Cabral apenas nas duplas.

O antigo número um mundial está a fazer a última temporada como profissional, depois de um ano de interregno a debelar uma lesão e de ter falhado, em 2023, Roland Garros pela primeira vez desde a estreia em 2005 e, este ano, só disputou o ATP 250 de Brisbane antes da temporada em terra batida, que não tem corrido particularmente bem, com derrotas na segunda ronda do ATP 500 de Barcelona, onde venceu 12 vezes, nos oitavos de final do Masters de Madrid e na segunda eliminatória do Masters 1.000 de Roma.

Apesar de ter garantindo que só entra em ‘court’ se se sentir competitivo, é aguardado o regresso e a eventual despedida na catedral da terra batida do maiorquino, que, segundo o sérvio Novak Djokovic, não pode ser desconsiderado, até pelo seu historial em território francês.

“Depois de tudo o que ele fez em Roland Garros é normal e uma questão de respeito colocá-lo como grande favorito. Obviamente que é diferente o seu nível de jogo, mas é Roland Garros e é Nadal. Depois dele, talvez eu, se me sentir bem e jogar bem”, defende o tenista de Belgrado, recordista do Grand Slam, com 24 títulos conquistados.

Mesmo considerando ser esta edição muito aberta em relação a eventuais candidatos, o campeão em título, de 37 anos, aponta o norueguês Casper Ruud, número sete do mundo e finalista nos últimos dois anos, como o jogador em melhores condições para chegar à glória.

“Está tudo mais aberto. Mas Casper Ruud é, seguramente, um dos candidatos a vencer. Depois há Alexander Zverev, Andrey Rublev e Stefanos Tsitsipas, que ganharam um torneio importante nesta superfície. Mas, quando falamos em Roland Garros e Nadal está lá, é sempre ele o maior favorito, para mim”, acrescentou, referindo-se ao triunfo do alemão na capital italiana, do russo em Madrid e do grego no Mónaco.

Eliminado nas meias-finais do Masters 1.000 de Monte Carlo, por Ruud, de 25 anos, e na terceira ronda em Roma, pelo chileno Alejandro Tabilo, o tenista de Belgrado sentiu necessidade de, pela primeira vez, jogar esta semana no ATP 250 de Genebra.

“Sinto que neste momento não há melhor forma de treinar do que jogar. Sinto que preciso de mais encontros, mesmo que seja um, dois, três ou oxalá quatro. É bom para mim, porque é a maneira de tentar encontrar a melhor forma para Roland Garros”, confessou Djokovic.

Assim como o líder do ‘ranking’ ATP, que se tem revelado irregular esta época, Carlos Alcaraz, semifinalista há um ano, e Jannik Sinner, campeão do Open da Austrália, também não se apresentam na melhor fase da temporada, mas não deixam de integrar o lote de favoritos.

Após o desaire nas meias-finais em Monte Carlo e da desistência nos quartos de final em Madrid, o jovem italiano, de 22 anos, resignou ao Masters 1.000 de Roma para recuperar de uma lesão na anca direita, tal como o espanhol, um ano mais jovem, com um problema no braço direito. De volta aos treinos, estão já ambos na capital francesa, onde ambicionam voltar aos bons resultados.

Na prova feminina, a polaca Iga Swiatek é quem mais gera consenso nos prognósticos. Tricampeã de Roland Garros, em 2020, 2022 e 2023, a número um do mundo regressa, este ano, ao pó de tijolo francês com uma dose extra de motivação e confiança, graças aos recentes triunfos em Madrid e Roma.

Eliminada nas meias-finais no WTA 500 de Estugarda, pela cazaque Elena Rybakina, Swiatek, de 22 anos, não cedeu mais perante nenhuma adversária, derrubando pelo caminho jogadoras como as norte-americanas Coco Gauff (3.ª WTA) e Madison Keys (18.ª WTA) e a brasileira Bia Haddad Maia (11.ª WTA), entre outras, para arrecadar os troféus do Open de Madrid e do WTA 1.000 de Roma.

Tanto numa prova como na outra, a finalista vencida foi a bielorrussa Aryna Sabalenka, número dois do mundo, que é apontada como uma das mais fortes candidatas a poder destronar a polaca e conquistar o terceiro título do Grand Slam, primeiro em Roland Garros.