Novak Djokovic e Carlos Alcaraz, como já era expectável, marcaram encontro para as meias-finais de Roland Garros, segundo major da temporada, num dia em que Aryna Sabalenka bateu Elina Svitolina, mas a ucraniana recusou cumprimentar a bielorrussa.
O tenista sérvio e o jovem espanhol, de 20 anos, são os principais candidatos a suceder a Rafael Nadal na lista de campeões do major francês e, dado o sorteio ter colocado os dois na mesma metade do quadro de singulares, já era esperado o duelo entre ambos nas meias-finais, o que veio a confirmar-se hoje. Djokovic bateu o russo Karen Khachanov e Alcaraz impôs-se ao grego Stefanos Tsitsipas.
O primeiro a garantir a manutenção em prova foi Djokovic, número três do mundo. Frente ao moscovita, 11.º colocado no ranking ATP, o detentor de 22 títulos do Grand Slam perdeu o seu primeiro set nesta edição do torneio, mas conseguiu dar a volta ao resultado e assegurar, pela 12.ª vez na carreira, a passagem às meias-finais em Paris, por 4-6, 7-6 (7-0), 6-2 e 6-4.
“Penso que ele foi melhor na maior parte do tempo nos dois primeiros sets. Tive dificuldade em encontrar o meu ritmo. Cometi imensos erros não forçados e entrei muito lentamente no encontro. Mas fiz um ‘tie-break’ perfeito [no segundo set] e a partir daí joguei a um nível superior”, avançou o antigo líder do ranking mundial.
Depois de se impor a Karen Khachanov ao fim de três horas e 28 minutos, graças a 57 ‘winners’ e 42 erros não forçados contra os 38 pontos ganhantes e 44 faltas não provocadas do adversário, o bicampeão de Roland Garros (2016 e 2021) ficou à espera do desfecho do duelo entre Alcaraz e Tsitsipas para conhecer o próximo adversário.
O tenista de Múrcia e número um mundial apresentou-se a um nível muito elevado e acabou por ‘vulgarizar’, sobretudo nas duas primeiras partidas, o helénico (quinto ATP), vice-campeão na catedral de terra batida em 2021, em três sucessivos sets, com os parciais de 6-2, 6-1 e 7-6 (7-5), garantindo assim a estreia na penúltima jornada do major francês.
Mais do que o acesso à final, entre Alcaraz e Djokovic, que apenas se defrontaram uma vez e ganhou o espanhol no Masters 1.000 de Madrid em 2022, está em jogo o topo do ranking mundial. Caso vença as meias-finais e o encontro do título, o sérvio não só recupera o estatuto de número um do mundo, como conquista o 23 major da carreira, desempatando o recorde que partilha com Nadal (22).
Na competição feminina, depois do desafio sem grande história a abrir a jornada, que ditou a vitória da checa Karolina Muchova (43. ª WTA) sobre a russa Anastasia Pavlyuchenkova (333.ª WTA), por 7-5 e 6-2, o dia ficou marcado pela ‘tensão’ no final do duelo entre a ucraniana Elina Svitolina e a bielorrussa Aryna Sabalenka.
A número dois mundial confirmou o favoritismo diante Svitolina (192.ª WTA), por duplo 6-4, e no final do encontro dirigiu-se à rede à espera do cumprimento da adversária, que não se concretizou, por se recusar a cumprimentar jogadoras russas ou bielorrussas, devido à invasão à Ucrânia.
“A minha reação inicial foi: ‘o que estás a fazer?’. Porque em todas as minhas conferências tornei a minha posição clara”, explicou Svitolina, acusando Sabalenka de ter ficado na rede para incendiar a situação.
Já a bielorrussa, bicampeã do Grand Slam, com triunfos no Open dos Estados Unidos em 2019 e no Open da Austrália já este ano, defendeu-se, dizendo ter subido à rede por instinto, após assegurar a qualificação inédita para as meias-finais do pó de tijolo parisiense.
“Não apoio esta guerra, não quero que o meu país esteja implicado em nenhum conflito. Já é conhecida a minha posição, já o disse muitas vezes. Mas também não quero que o desporto esteja ligado à política”, justificou Aryna Sabalenka, que vai defrontar Muchova na penúltima jornada de Roland Garros.
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