A tenista Francisca Jorge perdeu esta terça-feira na ronda inaugural do ‘qualifying’ do Open da Austrália, mas faz “um balanço positivo” da estreia em Melbourne Park, onde se tornou na oitava portuguesa a disputar um torneio do Grand Slam.
“Não sinto que tenha acusado a pressão da estreia. Apesar de ela [Astra Sharma] ser cabeça de série, senti que tive as minhas hipóteses, podia ter caído para o meu lado e foi pena, porque é aquela frustração de não ter conseguido aproveitar esses momentos a meu favor. Mas ela, de certa forma, também o mereceu. É um balanço positivo”, avança a vimaranense, em declarações à Lusa.
Kika Jorge, que figura no 208.º lugar no ranking WTA, não foi capaz de travar o favoritismo da australiana Astra Sharma (132.ª WTA) e acabou eliminada em três sets, pelos parciais de 6-7 (3-7), 6-3 e 6-3, ao fim de duas horas e 40 minutos de um encontro disputado no ‘court’ número 6.
“Acho que foi um bom jogo de ambas as partes. Sinto que apresentei um bom nível de ténis, tive algumas oportunidades de fazer melhor, mas ela também subiu um pouco o nível no segundo e no terceiro set e eu acabei por não acompanhar. Acho que foi percetível essa mudança”, começou por explicar.
A tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, acompanhada pelo treinador Vasco Antunes no ‘Happy Slam’, até entrou melhor em jogo e, depois de alcançar uma vantagem de 5-2, fechou favoravelmente o set inaugural no ‘tiebreak’. Assinou oito ases em todo o encontro, mas não foi capaz de aproveitar os dois pontos de ‘break’ consecutivos que dispôs na terceira partida.
“Tive algumas oportunidades para ficar por cima no terceiro set, não fiz o ‘break’, depois ficou difícil, porque tinha de manter os meus jogos de serviço e ela também estava a responder bem e não estava a dar nenhuma borla. Não estava a ter pontos garantidos, a não ser os ases. Ela é bastante grande e estava a cobrir muito espaço. Mas, no geral, foi muito bom o jogo”, acrescentou.
Durante o encontro, Francisca Jorge, de 23 anos, ainda apanhou um susto e chegou a pedir a assistência em ‘court’ do fisioterapeuta, mas garante não ter contraído nenhuma lesão e estar “motivada para umas semanas de treino para começar bem e melhor a época.”
“Foi um ponto bastante duro, a bola foi mais curta, bastante baixa, cheguei já em dificuldade e mandei o pé para a frente, escorregou um bocadinho, mas felizmente não rompi nenhum ligamento. Não senti nenhuma dor muito aguda, mas senti que a perna prendeu. Acho que foi mais o susto. Depois fiz uma avaliação e não foi nada ligamentar, foi mais muscular e o que senti foi uma espécie de espasmo muscular”, explica.
Afastada do primeiro ‘major’ da temporada, a representação nacional fica agora a cargo de Gonçalo Oliveira, que joga na próxima madrugada com o boliviano Hugo Dellien, nono cabeça de série, a qualificação para a segunda ronda do ‘qualifying’, de Nuno Borges e Francisco Cabral, ambos no quadro principal, de singulares e pares, respetivamente.
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