Maria Sharapova anunciou esta quarta-feira a sua retirada do ténis profissional, aos 32 anos de idade. A tenista russa, que conquistou o seu primeiro título do grand slam em Wimbledon, em 2004, despede-se assim dos 'courts' depois de conquistar cinco 'majors' ao longo da sua carreira.
Sharapova foi alvo de uma suspensão de 15 meses em 2017, depois de ter acusado uma substância proibida num controlo antidoping e desde então não mais conseguiu voltar ao seu melhor nível, sempre a contas com inúmeros problemas físicos.
A sua última participação num torneio do Grand Slam ocorreu em janeiro, quando se viu afastada do Open da Austrália, prova para a qual recebeu um Wild Card, pela croata Donna Vekic.
O anúncio do adeus aos courts surgiu na revista Vanity Fair, onde Sharapova escreveu: "Olhando para trás, percebo agora que o ténis tem sido a minha montanha. O meu caminho foi repleto de obstáculos e desvios, mas a vista, do topo, foi magnífica. Depois de 28 anos e cinco títulos do Grand Slam, porém, chegou a hora de pensar em escalar outra montanha e competir noutros terrenos".
Sharapova acrescenta que jamais esquecerá as emoções das vitórias que viveu em court. "O sabor da incansável luta pelas vitórias que vivi, contudo, jamais desaparecerá. O que quer que me espere, continuarei com o mesmo foco, o mesmo espírito de trabalho, e levarei comigo todas as lições que o ténis me ensinou", acrescentou Sharapova no anúncio da despedida.
Sobre o futuro, Sharapova não adianta muito, dizendo que para já vai aproveitar para desfrutar da vida. "Entretanto, há algumas coisas simples da vida que estou ansiosa por aproveitar: tranquilidade familiar, o cheiro de uma boa chávena de café pela manhã, passeios de fim-de-semana, exercícios físicos escolhidos por mim", explica.
A terminar a sua mensagem de despedida, Maria Sharapova agradece tudo o que o ténis lhe deu. "O ténis mostrou-me o mundo e mostrou-me aquilo de que eu sou feita. A forma como me testou fez-me crescer. Por isso, seja qual for o próximo capítulo que eu escolha para mim, seja qual for a minha próxima montanha, vou continuar a lutar, a esforçar-me, a escalar obstáculos. Vou continuar a crescer", prometeu.
Uma carreira repleta de sucessos e de alguma controvérsia
Chega assim ao fim uma carreira repleta de sucessos e alguma controvérsia. Sharapova pegou pela primeira vez numa raquete aos três anos. Aos seus, em 1993 o pai, Yuri Sharapov, levou-a para a célebre Academia da IMG, na Flórida, para realizar o sonho de ver a filha singrar no mundo do ténis. Conquistou o seu primeiro torneio WTA do circuito WTA em 2003 e, no ano seguinte, tornou-se na segunda tenista mais jovem de sempre a conquistar o torneio de Wimbledon. Em 2005 chegou a número um do mundo.
Rapidamente se tornou num ícone do ténis e, aos poucos, também do mundo da moda. Os títulos foram-se seguindo, com a vitória no US Open, o seu segundo título do Grand Slam, em 2006. Em 2008 chegou a conquista do Open da Austrália, mas começaram a chegar também as lesões no ombro que não mais a viriam a abandonar até ao final da sua carreira. Apesar dos problemas físicos conseguiu, de certa forma, reinventar a sua forma de jogar e regressar ao topo, com a conquista de Roland Garros, em 2012, completando assim o 'grand slam de carreira. Ainda em 2012 conquistou também a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres.
Em 2014 voltaria a conquistar Roland Garros, somando o seu quinto e último título do Grand Slam. Em 2016, contudo, chegaria o momento mais negro da carreira. Na sequência de um controlo antidoping no Open da Austrália, no qual acusou uma substância proibida - meldonium - Sharapova fo alvo de uma suspensão de 15 meses, apesar de sempre alegar que usava a substância há uma década devido a uma deficiência de magnésio e ao historial familiar de diabetes.
Regressou no início de 2017, ainda conquistou mais um título - o 36º e último da sua carreira profissional - ao conquistar na China o Tianjin Open, mas não mais voltou ao nível de outros tempos. Agora, anuncia o final de uma carreira ímpar, não só graças aos feitos no mundo do ténis feminino, mas também pelos contratos publicitários que foi assinando e pelas campanhas que foi protagonizando, tornando-se numa das mais reconhecidas tenistas da história e num dos maiores nomes de sempre da modalidade.
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