Foi com a sensação dever cumprido que a seleção nacional feminina de ténis deixou Skope, na Macedónia, depois de ter assegurado a subida ao grupo II Da zona Europa-África da Billie Jean Cup.
Neuza Silva, capitã da equipa das quinas, não escondeu a satisfação pelo feito alcançado, frente a uma equipa "de bom nível".
"Estou bastante contente, por termos regressado, muito cansada também. Dias muito intensos, muito complicados. O nosso sorteio acabou por não ser muito favorável, dentro dos quatro grupos. Para mim calhou-nos uma das equipas mais difíceis [Macedónia do Norte na final do ‘play-off’ de promoção da Zona B da ‘poule’ 3], de bom nível, mesmo que pelo ranking não parecesse", começou por contar a antiga tenista em declarações ao SAPO Desporto, acrescentando que foram "quatro dias de competição muito difíceis."
Sobre o momento chave para o triunfo, Neuza Silva fala da aventura que foi chegar à Macedónia, e do ambiente hostil que encontraram no jogo da final que a equipa portuguesa venceu por 3-2, depois do decisivo duelo no jogo de pares. Recorde-se que a final teve que ser transferida para o último domingo devido ao mau tempo em Skope. Francisca Jorge e Matilde Jorge superiorizaram-se às macedónias Lina Gjorcheska e Magdalena Stoilkovska em três parciais (6-4, 4-6 e 6-4), ao cabo de duas horas e 26 minutos.
"Esta semana foi feita de momentos, que fomos ultrapassando...desde o cancelamento da nossa viagem inicial, a termos que dormir no aeroporto. Tivemos uma jovem como a Matilde Jorge (de 18 anos) a jogar pela primeira vez nos singulares...fomos ultrapassando várias etapas, mesmo a final foi uma etapa muito difícil, contra um estádio cheio. Absurdo o comportamento que tiveram, a falta de conduta", disse.
A hostilidade por parte do público local voltou a ser tema de conversa, até porque Neuza Silva considera "inaceitável" o que viu nas bancadas
"Eu tive a minha carreira profissional, já sou treinadora há 12 anos e sinceramente eu nunca vi um público com este comportamento, nem mesmo a equipa adversária, com esta falta de fair-play. Desde assobiar, gritar em situações inaceitáveis. A nossa equipa esteve mesmo muito forte e foi mesmo muito difícil chegar à final, e ainda tivemos o jogo de pares", disse.
Mesmo a jogar fora de casa, Neuza Silva acreditou sempre no apuramento destacando a entrega das suas atletas. "Tenho muita confiança nelas e sabia que iam lutar até ao último ponto. Mesmo que perdessem estaria igualmente orgulhosa, pela entrega, pela dedicação, pelo profissionalismo que demonstraram esta semana", analisou.
Agora a comitiva portuguesa vai repousar antes de começar a pensar em outros voos. "Agora é descansar, recuperar forças e começar a preparar o próximo ano", terminou.
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