Naomi Osaka anunciou esta tarde a sua retirada do torneio de Roland Garros, que acontece em França, depois das reações ao seu boicote às conferências de imprensa do torneio.
"O melhor para o torneio, para os outros jogadores e para o meu bem-estar é que eu me retire, para que todos se possam voltar a focar no ténis que se joga em Paris", escreveu numa publicação nas redes sociais.
A tenista afirma que nunca quis que o seu boicote se tornasse uma distração do torneio, admitindo que tem sofrido com períodos de depressão desde o US Open, de 2018.
Osaka revelou ter comunicado a sua decisão à organização do torneio antes do início, uma vez que já se sentia "vulnerável e ansiosa, por isso pensei que o melhor era melhorar o meu bem-estar e não ir às conferências".
"Anunciei antecipadamente porque sinto que as regras estão desatualizadas em alguns pontos e queria destacar isso. Escrevi privadamente ao torneio pedindo desculpas e dizendo que estaria mais que disponível para falar com eles depois do torneio, uma vez que os Slams são intensos", explica.
A tenista revela que irá realizar uma pausa dos 'courts', mas que quando voltar quer trabalhar com a ATP para "discutir formas de tornar as coisas melhores para jogadores, imprensa e adeptos".
Naomi Osaka tinha anunciado na quarta-feira, no Twitter, que não participaria nas conferências de imprensa em Roland Garros, justificando a sua decisão com o facto de os atletas serem muitas vezes questionados com perguntas que os fazem duvidar de si próprios.
“Não me vou sujeitar a pessoas que duvidam de mim. Já vi muitas vezes atletas irem-se abaixo, após uma conferência de imprensa a seguir a uma derrota. Penso que isso é como pontapear alguém que já está no chão, e não entendo a razão disso”, sustentou a bicampeã do Open da Austrália (2021 e 2019) e do Open dos Estados Unidos (2020 e 2018).
No domingo, a número dois mundial foi multada em 15.000 dólares (cerca de 12.000 euros) por não comparecer à conferência de imprensa após o triunfo sobre a romena Patrícia Maria Tig, por 6-4 e 7-6 (7-4), na primeira ronda do torneio parisiense, com a organização a ‘ameaçá-la’ de exclusão em caso de reincidência.
“Advertimos Naomi Osaka que caso continue a recusar as suas obrigações mediáticas neste torneio, arrisca sanções mais duras, entre as quais a exclusão do torneio”, avisou então a organização, num comunicado subscrito também pelos diretores dos outros três Grand Slam (Open da Austrália, Wimbledon e Open dos Estados Unidos).
*Artigo atualizado às 21h42
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