O australiano Nick Kyrgios, um dos mais irreverentes e polémicos jogadores do ATP Tour, mostrou-se hoje crítico em relação ao teste positivo à covid-19 de Novak Djokovic, líder do ‘ranking’ ATP e dinamizador do Adria Tour.
“As minhas preces vão para todos os jogadores que contraíram a COVID-19. Não me odeiem por ter feito alguma coisa ‘irresponsável’ ou classificada como estúpida. Isto ultrapassa tudo”, escreveu nas redes sociais o 40.º colocado na hierarquia mundial, referindo-se ainda a Grigor Dimitrov, Borna Coric e Viktor Troicki, todos infetados com o novo coronavírus.
Várias vezes criticado por atitudes irresponsáveis e intempestivas, Kyrgios foi acompanhando a evolução das duas etapas do Adria Tour, que permitiu público nas bancadas e organizou ações com os jogadores fora do ‘court, e, após o anúncio do búlgaro Dimitrov e do croata Coric a dar conta do teste positivo, alertou no Twitter para a gravidade da pandemia provocada pela covid-19.
“Que decisão descabida esta de avançar com um torneio de exibição. Votos de rápidas melhoras companheiros, mas isto é o que acontece quando não se cumprem todos os protocolos. Isto não é uma brincadeira”, havia apontado Kyrgios na segunda-feira, ainda antes do circuito ser cancelado.
Confirmados hoje os testes positivos de Djokovic e Troicki, bem como das respetivas mulheres, aos que se juntam os de Kristijan Groh, treinador de Dimitrov, e de Marco Paniki, preparador físico do número um mundial, o australiano não se coibiu de ‘minimizar’ as suas atitudes irrefletidas, partilhando ainda um vídeo de Djokovic e companhia a dançar numa discoteca, após o final do primeiro evento em Belgrado.
Tal como Nick Kyrgios, o escocês Andy Murray, antigo número um do mundo, também chamou a atenção para a necessidade de se cumprirem medidas de segurança, defendendo que o Adria Tour pode ser visto como uma lição para o ténis mundial.
“Espero sinceramente que isto não seja grave demais. A Sérvia e a Croácia estavam a ultrapassar de forma relativamente tranquila a pandemia e agora tudo pode piorar. Sabia-se que assim que os países abrissem as fronteiras e as pessoas começassem a sair de casa, este tipo de coisas poderiam acontecer, mas penso que todos podemos aprender com esta lição e levar tudo isto extremamente a sério”, justificou o campeão de três torneios do Grand Slam.
Já o francês Richard Gasquet reconheceu, em entrevista ao L’Équipe, que no “Adria Tour não tiveram muitos cuidados”, embora, defenda, que “Djokovic não é o culpado de tudo” e “não apontou uma arma à cabeça de ninguém para estarem lá cinco mil espetadores.”
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