As desistências de Nick Kyrgios e Albert Ramos depauperam o melhor quadro de sempre do Estoril Open, cabendo agora a Juan Martín del Potro ‘salvar’ a edição que arranca segunda-feira no Clube de Ténis do Estoril.
Aquele que prometia ser o melhor Estoril Open de sempre – pelo menos, na sua versão renovada, sob a alçada da 3LOVE – deixou de sê-lo nas últimas horas, com a desistência daqueles que seriam os dois primeiros cabeças de série: o polémico e carismático australiano Nick Kyrgios, 16.º tenista mundial e finalista do torneio em 2015, e o surpreendente espanhol Albert Ramos, que chegou à final do Masters 1.000 de Monte Carlo para atingir o seu melhor ‘ranking’ de sempre (19.º).
A promessa, nunca concretizada, da vinda de um ‘top 10’ mundial, alimentada por um original vídeo de apelo à presença do número 1 ATP, o britânico Andy Murray, terá, certamente, defraudado as expectativas do público, que acorreu em massa às bilheteiras e esgotou, para já, os últimos dois dias do torneio, reservados às meias-finais e final.
Mas, o naipe do terceiro Millennium Estoril Open ainda tem quatro ‘ases’ capazes de atrair uma verdadeira romaria ao Clube de Ténis do Estoril: o espanhol Pablo Carreño Busta (20.º), o francês Richard Gasquet (22.º), campeão da primeira edição, o espanhol David Ferrer (32.º) e, sobretudo, Juan Martín del Potro.
Bicampeão do extinto Estoril Open (2011 e 2012), o argentino é um caso impar de popularidade em Portugal (e no Mundo). Afastado dos lugares cimeiros do ténis devido às sucessivas lesões nos pulsos, Del Potro renasceu das cinzas na época passada, emocionando os adeptos da modalidade com a sua prata olímpica no Rio2016 e com o contributo que deu à sua seleção na conquista inédita da Taça Davis.
Aos 28 anos, a ‘Torre de Tandil’, que foi número 4 do mundo em 2010 e venceu o Open dos Estados Unidos no ano anterior, procura reencontrar-se na terra batida, tendo escolhido precisamente o único torneio ATP português para o fazer.
Pelo historial em solo nacional, pelo currículo e pela preferência do público – segundo o diretor do torneio, a presença do 33.º tenista mundial fez disparar as vendas de bilhetes –, Del Potro é o candidato número um ao título, mas a sua condição física e a qualidade dos adversários serão dois fatores a ter em conta até 07 de maio.
Por ‘ranking’, cabe a Carreño Busta o papel de principal favorito, já que, com a desistência de Kyrgios e Ramos, será ele a assumir o papel de primeiro cabeça de série. Finalista derrotado pelo compatriota Nicolas Almagro, que também estará presente na tentativa de defender o título, o espanhol chega relativamente fresco ao Clube de Ténis do Estoril, depois de ter perdido nos ‘oitavos’ em Barcelona e de ter caído, diante de Novak Djokovic, na terceira ronda de Monte Carlo.
No entanto, na teoria, mais do que Carreño Busta, será Richard Gasquet o outro grande candidato. O francês, que figurará como segundo cabeça de série, conhece os ‘truques’ do torneio, depois de ter erguido o troféu da primeira edição organizada no Clube de Ténis do Estoril, algo de que não se pode ‘gabar’ David Ferrer, o espanhol que disputou (e perdeu) a final do extinto Portugal Open, em 2013.
O veterano espanhol, que foi número três mundial, pode estar longe dos seus tempos áureos, nos quais ganhou 26 torneios e foi finalista em outros 25, mas mereceu a confiança da organização, que lhe ofereceu um ‘wild card’, na esperança de o ver ‘despertar’, como aconteceu com Almagro, que interrompeu no Estoril Open uma seca de quatro anos sem títulos, em 2016.
Quem também está à procura de inverter o ciclo é João Sousa. O número um nacional não ganhou qualquer encontro desde que o único torneio ATP português migrou do Jamor (Oeiras) para o Clube de Ténis do Estoril, mas à terceira poderá ser de vez para o 37.º tenista mundial.
Entre os portugueses, Sousa é aquele que mais credenciais apresenta para lutar pelo título, embora Gastão Elias (108.º), que chegou aos quartos de final do Portugal Open (2013 e 2014), se galvanize a jogar em solo nacional.
Além do número dois português, também Pedro Sousa e Frederico Silva, que receberam ‘wild cards’ da organização, vão disputar o quadro principal do Estoril Open, que decorre entre 01 e 07 de maio.
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