Tão talentosa como discreta, tão versátil como taticamente exímia, Ashleigh Barty surpreendeu o mundo ao anunciar a retirada do ténis, aos 25 anos, quando ocupa o topo do ‘ranking’ WTA e venceu, em janeiro, o Open da Austrália.
A jovem australiana lidera o ténis feminino há 119 semanas consecutivas, desde que conquistou o seu primeiro título do ‘Grand Slam’, em Roland Garros, em junho de 2019. Desde então, realizou o sonho de vencer Wimbledon, em 2021, e há cerca de dois meses tornou-se na primeira australiana a ganhar o ‘Major’ dos Antípodas em 44 anos.
Numa entrevista concedida terça-feira à sua amiga e antiga tenista Casey Dellacqua, partilhada na rede social Instagram, anunciou ser hora de pousar as raquetas e “conquistar outras coisas” na sua vida.
Não é a primeira vez que Barty se afasta do ténis, mas é a primeira vez que anuncia oficialmente a retirada. Em 2014, aos 17 anos, quando já era uma tenista cotada na vertente de pares, afastou-se e jogou profissionalmente cricket, durante 17 meses.
Incentivada pela amiga Dellacqua, regressou revigorada aos ‘courts’, em 2016, e começou a escalar a hierarquia mundial até ao topo, sob a orientação do novo treinador australiano Craig Tyzzer.
Durante a pandemia provocada pela covid-19, em 2020, Ashleigh Barty voltou, no entanto, a arrumar as raquetas durante 11 meses e optou por permanecer na Austrália, abdicando de viajar pelo mundo para jogar os torneios do WTA, que retomaram em agosto do mesmo ano, após uma paragem de cinco meses.
Depois de se juntar ao exclusivo grupo de vencedoras do ‘Grand Slam’ em três superfícies distintas, a terra batida de Roland Garros, a relva de Wimbledon e o piso rápido do Open da Austrália, onde não perdeu qualquer ‘set’ em sete encontros disputados, a australiana despede-se com 15 títulos conquistados na curta carreira, um dos quais as WTA Finals, em 2019.
Ashleigh Barty é a sétima jogadora que mais tempo permaneceu no comando do ténis mundial, só superada por Steffi Graf, Martina Navratilova, Serena Williams, Chris Evert, Martina Hings e Monica Seles, e a primeira a abandonar o topo do ‘ranking’ desde a belga Justine Henin, em maio de 2008, quando também contava 25 anos e era campeã em título de dois torneios do ‘Grand Slam’ (Roland Garros e Open dos Estados Unidos).
Filha de um antigo golfista amador de alta competição, Robert, a tenista sempre foi adepta de golfe e, durante a pandemia, em setembro de 2020, chegou a vencer um torneio em Queensland, depois de o namorado Garry Kissick, jogador profissional, a ter ajudado a descer de 10 para 4 de ‘handicap’. Apesar de ter contado diversas vezes com a companhia de Kissick no circuito, Ashley Barty deu a entender, em diversas ocasiões, que se sente feliz na Austrália.
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