O sérvio Novak Djkovic superou hoje o espanhol Carlos Alcaraz, fragilizado com cãibras, e qualificou-se para a 34.º final de um torneio do Grand Slam, sétima em Paris, onde vai lutar pelo 23.º major com o norueguês Casper Ruud.

Era o encontro mais aguardado da quinzena francesa e, durante cerca duas horas e meia, não defraudou as expectativas. Pontos muito disputados, alto nível competitivo, jogadas de fazer levantar as bancadas do court Philippe-Chatrier e 1-1 no marcador, até que, no início do terceiro set, o número um mundial foi arrebatado por cãibras e o tenista de Belgrado não se fez rogado, fechando facilmente o desafio, por 6-3, 5-7, 6-1 e 6-1.

“Primeiro que tudo, pouca sorte a do Carlos. Obviamente que a este nível a última coisa que tu queres é sentir cãibras e problemas físicos nas últimas rondas do Grand Slam. Por isso, lamento por ele. Espero que recupere e volte rapidamente”, comentou em court o bicampeão do segundo major da temporada, após os triunfos em 2016 e 2021.

Num verdadeiro duelo de gerações, imperou a maior experiência do antigo número um mundial e detentor de 22 títulos do Grand Sam, recorde que partilha com Rafael Nadal, vencedor de Roland Garros 14 vezes, face a um Alcaraz que se viu limitado por problemas físicos, sem conseguir movimentar-se e incapaz de contrariar a superioridade do adversário, cedendo ao fim de três horas e 23 minutos.

“Disse-lhe junto à rede que ele sabe o quão jovem é. Tem muito tempo pela frente, por isso tenho a certeza que vai ganhar este torneio muitas vezes. É um jogador inacreditável, um lutador incrível e um rapaz muito simpático, por isso merece todos os aplausos e apoio”, acrescentou o sérvio.

Aos 36 anos, o número três do mundo vai recuperar a liderança do ranking ATP, destronando assim o jovem Alcaraz, de 20 anos, e lutar pelo 23.º troféu do Grand Slam com o norueguês Casper Ruud, que eliminou hoje o alemão Alexander Zverev (27.º ATP) em três sucessivos sets, por 6-3, 6-4 e 6-0, para regressar à final de Roland Garros, depois da derrota diante o rei da terra batida, Rafael Nadal, em 2022.

Ao contrário do embate entre o tenista de Belgrado e o jogador de Múrcia, o duelo entre o escandinavo, quarto colocado na hierarquia mundial, e o germânico deixou um pouco a desejar e bastaram duas horas e nove minutos para ficar conhecido o segundo finalista.

Mais consistente, mais eficaz, mais esclarecido taticamente e mais paciente, Casper Ruud, de 24 anos, superou com distinção Zverev, pelo segundo ano travado nas meias-finais, e assegurou pela terceira vez, nos últimos cinco torneios do Grand Slam, uma vaga na final, após Roland Garros e Open dos Estados Unidos em 2022.

“Sinceramente só queria tentar jogar sem demasiada emoção, sem pensar muito. Se chegamos todos ao final do torneio, é porque todos jogamos bem de qualquer forma. Por isso, tentei jogar sem pressão, sem pensar muito e não jogar de forma muito sentimental, se é que faz sentido”, comentou Ruud, acrescentando que hoje “correu tudo muito bem, do princípio até ao último ponto”.

De regresso ao encontro do título, para tentar conquistar o primeiro major da carreira, Casper Ruud terá de superar Novak Djokovic, um jogador que, na catedral da terra batida, nunca perdeu diante um adversário destro com a esquerda a duas mãos. No confronto direto, o sérvio domina (4-0) e nunca cedeu um set perante o jovem norueguês.