Foram três meses fora de água e, consequentemente, três etapas da Liga MOCHE e vários campeonatos do circuito mundial de qualificação em que Nicolau não se pôde inscrever depois de se lesionar no início do ano. “Lesionei-me em Pipeline, durante um campeonato do circuito mundial de qualificação e logo na segunda bateria. Levei com várias ondas e fiz uma rutura parcial de um ligamento” recorda o surfista que, apesar de não se sentir nas condições ideais, decidiu continuar a surfar naquele campeonato dada a importância do mesmo.
“Na altura, o médico a que fui entendeu que não seria nada de grave, apenas uma extensão. Mas acabou por ser bem mais do que isso, uma rutura quase completa” explica. O resultado foram três meses fora de água e o que Nicolau considera ter sido “sem dúvida, a minha maior lesão de sempre”. Entre as sessões de recuperação, Nicolau dedicou-se à sua vida pessoal e outros aspetos do seu trabalho aos quais normalmente não tem tempo para se dedicar.
Durante o período de lesão, Nicolau, que venceu a última etapa da Liga em 2015, confessa que não acompanhou intensamente todas as competições às quais não pôde ir porque “não quis estar a stressar e a ficar com ansiedade de ultrapassar a lesão”. Ainda assim, Nicolau reconhece que “tem sido um ano muito disputado na Liga” e “com vários surfistas a surfar bem”, destacando o surf de Gony Zubizarreta na Ericeira e o de Pedro Henrique no Porto.
Conhecido por ser um dos surfistas mais enérgicos do circuito, Nicolau confessa que esta lesão mexeu com a sua vontade de surfar. “Penso que nós surfistas damos tudo como garantido. Temos esta vida de surfista profissional que, apesar das nossas obrigações, é bastante tranquila. Deixamos os dias correr e só fazemos surf quando nos apetece.” Ainda que, no caso de Nicolau, não seja bem assim porque “apetece-me sempre fazer surf todos os dias e a toda hora (risos)” explica o surfista
O galardoado como “Surfers’ surfer” da Liga Moche em 2015, ie, o surfista preferido de todos os surfistas, confessa que a lesão fê-lo ganhar uma nova visão. “Ficar três meses fora de água faz-nos repensar a carreira e realizar a sorte que temos por o nosso ambiente de trabalho ser o mar. Sinto uma força extra para aproveitar todos os segundos ao máximo agora que estou recuperado. E as minhas últimas três semanas têm sido assim. Tenho surfado ao máximo e em todas condições. Tenho passado o dia todo dentro de água” revela.
A dedicação de Nicolau nas últimas semanas poderá ser um argumento extra para os seus adversários ficarem preocupados durante o Allianz Sintra Pro, prova que se realizará na praia de que Nicolau é local. “Independentemente do sítio, o melhor regresso possível à Liga seria a ganhar dado que na última prova em que participei, ganhei. Por isso, [o melhor regresso possível] não é regressar na Praia Grande. O melhor regresso possível seria a ganhar” afirma.
Relativamente à premiação especial da Câmara Municipal de Sintra no Allianz Sintra Pro, onde serão distribuídos 1.500€ aos melhores surfistas locais (masculino e feminino) sob a forma do “Sintra Best Surfer” o surfista considera “uma excelente iniciativa”.
Para além da disputa dos títulos nacionais, o Allianz Sintra Pro é também a terceira e última etapa da Allianz Triple Crown, troféu interno da Liga MOCHE que no conjunto das provas com Naming Sponsor Allianz, irá distribuir mais de 6.000€ entre o vencedor masculino e a vencedor feminina. Actualmente, os líderes deste sub-troféu são Gony Zubizarreta nos homens, sendo que Camilla Kemp e Carol Henrique dividem o primeiro lugar nas senhoras.
Encontram-se também em disputa o Ramirez Junior Award e a Renault Expression Session, ambos atribuindo 2.500€ anuais, para além do Sintra Best Surfer no valor de 1.500€. A premiação global da Liga Moche 2016 será superior a 80.000€ anuais.
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