Já se contam os dias para o arranque da 15.ª edição da Liga MEO Surf e, nesta quinta-feira, a Associação Nacional de Surfistas e a MEO, voltaram a juntar-se para apresentar a nova edição da competição e, com caras muito conhecidas do universo do surf.
O momento chave foi a apresentação do calendário do principal campeonato nacional de surf, novamente com cinco etapas, mas com a promessa de "novos talentos" e, claro, boas ondas.
A 15.ª edição terá início na Figueira da Foz, na Praia do Cabedelo, entre 22 e 24 de março, seguindo-se o Porto, em abril, a Ericeira, no final de maio, a Ribeira Grande, em junho e, finalmente, Peniche, em outubro.
Francisco Rodrigues, presidente da ANS, falou do "novo ciclo do surf português", assumindo que a "inovação propriamente dita, vai pela idade dos surfistas" e, não pela apresentação de novos locais e novas etapas. "A coisa mais importante da Liga MEO Surf em 2024, que é a liderança que os mais novos levam no surf português", garantiu.
"Aquilo que nós ambicionamos é competitividade e que os mais novos intrometam-se pelo caminho, para rapidamente termos mais Frederico's, mais Teresa's e mais Kika's no principal patamar do surf mundial", destacou.
Francisca Veselko é um dos grandes exemplos da nova fase do surf português, aos 20 anos, a surfista de Carcavelos teve um ano de 2023 recheado de conquistas, ao sagrar-se bicampeã nacional, campeã mundial de juniores e, foi a melhor surfista portuguesa no challenger series, ao terminar no 12.º lugar. Mas, para 'Kika' o segredo é só um: "surfar bastante".
"O segredo é surfar bastante e também acabo por treinar o físico e ter aulas de pilates. É levar isto mesmo a sério e trabalhar todo o tipo de condições e as pranchas, que é muito importante. 2023 foi um ano muito especial para mim, comecei com o título mundial de juniores, acabei com o título de bicampeã do nacional da Liga MEO. O objetivo este ano é revalidar o título, a qualificação para os Jogos Olímpicos e a entrada no WCT", assumiu em declarações ao Sapo Desporto.
Para 2024 o desejo é melhorar e, um dos pontos principais a trabalhar são os tubos: "Sem dúvida que tenho de melhorar os tubos. Estou muito contente por ser a primeira mulher a participar no Capítulo Perfeito e, acho que os tubos é muito importante no WCT e nos Jogos Olímpicos são ondas tubulares, como temos Pipeline, Fiji, Teahupo'o. Sem dúvida que os tubos é o meu foco este ano, mas também é sempre melhorar a técnica".
Também Afonso Antunes, vice-campeão em 2022, e Guilherme Ribeiro, campeão em 2022 e vice-campeão na temporada passada fazem parte desta nova geração de surfistas que têm ajudado na evolução da modalidade em Portugal.
Guilherme Ribeiro assumiu que ambiciona reconquistar o título de campeão nacional, contudo, não coloca "pressão máxima para o conquistar", já que o principal objetivo passa por "elevar o nível nas etapas da Liga MEO". "Tal como foi o ano passado, o meu objetivo é elevar o meu nível. De 2022, que fui campeão nacional, para 2023 senti uma evolução gigante apesar de não ter conquistado o título. Mas, se olharmos para os números, fiz mais pontos que em 2022. Acabei o ano a sentir que estou a evoluir e, é isto que quero voltar a sentir em 2024. No final fazem-se as contas, se der para ser campeão nacional, perfeito", assumiu.
Já Afonso Figueira admite que está "a apontar para o título", algo que faz todos os anos: "Mesmo no ano passado, no início, era um dos meus objetivos, mas acabei por deixar um bocado de lado os objetivos e focar-me noutras coisas. Mas, o objetivo principal, este ano, passa por ser consistente e manter essa consistência em todos os campeonatos que fizer ao longo ano. E os resultados depois vêm por si", assegurou.
Com os olhos postos nos Jogos Olímpicos, Teresa Bonvalot admitiu que 2024 "é um ano especial" e que o objetivo passa por" vir cada vez mais forte, ganhar cada vez mais experiência" algo que tem adquirido ao longo dos anos na Liga MEO.
A onda favorita do circuito
Com cinco etapas a Liga MEO Surf tem proporcionado campeonatos renhidos e boas ondas, mas a preferência dos surfistas recai numa prova em específico, a Allianz Figueira Pro.
Afonso Antunes admitiu que a prova que está "mais entusiasmado é da Figueira", por ser uma "onda que assenta muito bem" no seu estilo de surf, opinião que também é partilhada por Guilherme Ribeiro, que assume que é a época onde "normalmente se encontram as melhores ondas", acreditando que "este ano seja igual".
A escolha de Francisca Veselko também recaiu na Praia do Cabedelo, assegurando que "tem altas ondas". "Eu adoro surfar para a direita e tem das ondas mais compridas que apanhamos na Liga MEO, é sempre um campeonato com ondas bastantes especiais", afirmou.
Apesar de ainda não saber quais provas da Liga MEO vai realizar, Teresa Bonvalot escolheu a segunda etapa do campeonato como a sua favorita: "Sempre tive uma ligação com a do Porto, não havendo já a de Cascais. No Porto foi a primeira vez que ganhei uma etapa da Liga MEO, em 2013... já lá vão uns belos anos, tinha eu 13 ou 14 anos. Realmente, foi uma etapa especial, sempre tive um carinho gigante por essa etapa e sempre fomos muito acarinhados pelas pessoas do Porto, que vão à praia ver e dão-nos uma vontade extra. Ainda não sei quais etapas vou fazer, mas, o Porto é uma etapa que sempre gostei muito", concluiu.
Os olhos estão agora postos na Praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, no final de março, para o arranque da nova temporada da Liga MEO.
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