Foi apresentada esta quinta-feira a edição de 2020 da principal competição nacional de surf, que voltará a contar com cinco etapas e que este ano dará especial atenção preocupações a nível da sustentabilidade ambiental e solidariedade social.
A prova manterá a designação de Liga MEO Surf, depois de renovado por mais dois anos (com outro de opção) o acordo entre a Associação Nacional de Surfistas (ANS), organizadora do evento, e o grupo Altice, numa cerimónia que antecedeu a apresentação da edição deste ano da competição.
A Liga MEO Surf, que terá em 2020 a sua décima edição, ainda que com outras designações no passado, define os títulos máximos de campeões nacionais e tem ainda o incentivo extra de ditar um dos 'wild cards' para a etapa nacional do circuito mundial de surf.
As cinco etapas que compõe a prova serão exatamente as mesmas da edição de 2019, apenas com uma mudança na ordem entre o segundo e o terceiro evento, com a etapa do Porto a anteceder este ano a da Ribeira da Foz, ao contrário do que sucedeu no último ano. Tudo começará na Ericeira, no final de Março, seguindo-se então o Porto, em abril, e a Figueira da Foz, em Maio. Em junho os surfistas rumarão ao Algarve, para tudo terminar em outubro, em Cascais.
Além do normal desenrolar a luta pelos títulos máximos do Surf em Portugal, a Liga MEO Surf 2020 conta com um quadro de prémios renovado na divisão Feminina. Haverá um prémio monetário exclusivo para as senhoras em competição, que irá premiar a melhor pontuação de bateria ao longo das cinco etapas com 2.500€, entre outros prémios que se mantêm, como o destinado à melhor manobra.
Francisco Rodrigues, da ANS, congratulou-se com o facto de 2020 marcar o décimo aniversário do evento. "10 anos de Liga! É um grande orgulho para nós, surfistas, vermos este caminho. Uma Liga de Surf de base nacional, com motivos primários de promoção do desenvolvimento da modalidade e disputa desportiva entre melhores dos melhores", destacou.
A sustentabilidade ambiental e a solidariedade social como regra
No ano passado a luta, nos homens, foi acesa, até à última bateria, entre Tomás Fernandes e Miguel Blanco."A missão principal é formar surfistas, desenvolvê-los e dar-lhe palco, para que eles possam ser melhores e defendam as nossas cores da nossa bandeira fora de portas. O maior exemplo disso é o Frederico Morais, que nasce e cresceu nesta nossa Liga e hoje nos faz fazer noitadas a ver as suas competições a nível internacional", destaca Francisco Rodrigues.
O presidente da ANS, contudo, salienta que há outros propósitos que vão para além do surf. "A nossa missão vai mais além do que formar . A sustentabilidade continua e continuará na nossa agenda. Temos o compromisso de, junto com a fundação Altice, continuar a tirar mais resíduos das praias de Portugal, de onde já tirámos mais de duas toneladas, envolvendo jovens e municípios. Não nos ficamos apenas por derrotar o plástico. Queremos deixar a consciencialização de todos para que se verifique uma mudança de comportamentos", explicou.
Este ano, a competição terá também uma componente solidária ainda mais forte, com o envolvimento de jovens alunos do projecto Wave by Wave (terapia para crianças e jovens em risco através do Surf), que passarão a integrar o staff técnico de todas as etapas da Liga MEO Surf, vivendo assim uma única e enriquecedora para o seu futuro.
O melhor Campeonato Nacional de Surf da Europa e o 15º evento com melhor reputação em Portugal
Um estudo efetuado pela empresa Remarkable Communication & Image Management, que analisou ao pormenor os circuitos nacionais de surf dos países mais relevantes da modalidade na Europa, apontou recentemente a Liga MEO Surf como a melhor e mais profissional competição nacional na Europa, destacando que esta se distingue das demais "em termos de profissionalismo, estrutura, divulgação, números de etapas, participação, calendarização e prémios".
Francisco Rodrigues congratula-se com essa distinção, mas faz questão de lembrar outra, que aponta a competição como o 15º evento Portugal com melhor reputação - o sexto a nível desportivo - num ranking liderado pela Web Summit.
Distinções que Tomás Fernandes, vice-campeão nacional em 2019, presente na apresentação desta edição de 2020, considera justas. "Esta Liga está a um nível elevadíssimo e é um circuito super-organizado. Permite-nos ter condições fantásticas como atletas e, pessoalmente, já estive noutros países mas, para mim, o circuito português de surf é o melhor do mundo", garantiu o surfista de anos. Igualmente presente esteve Mafalda Lopes, terceira do ranking feminino em 2019, que este ano, para além da Liga nacional vai também tentar a sua sorte no circuito de qualificação para o WCT, circuito mundial feminino, e que falou da evolução do surf feminino. "Já não há heats fáceis. Todas as raparigas estão com um nível de surf incrível, têm evoluído imenso e temos de treinar imenso para estar sempre no nosso melhor", frisou.
Miguel Blanco, bicampeão nacional em título, e Yolanda Hopkins, que conquistou o seu primeiro título de campeã em 2019, partem como favoritos, na tentativa de defenderem os respetivos galardões, mas serão muitos os nomes apostados em roubar-lhes os ceptros masculino e feminino e seguirem, depois, as pisadas de Frederico Morais, Vasco Ribeiro, Carol Henrique ou Teresa Bonvalot, que brilharam na Liga nacional de Surf antes de se aventurarem fora de portas.
Encontro marcado, então, para a Ericeira, entre 27 e 29 de março, altura em que decorrerá a primeira das cinco etapas da Liga MEO Surf 2020.
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