O surfista português Frederico Morais está preparado para voltar a competir no circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), que recomeça na Austrália, depois de mais de três meses de paragem forçada devido à pandemia.

“Sem dúvida que é ótimo voltar aos campeonatos. Já tinha bastantes saudades. Tivemos um sabor do que seria voltar, no Havai, em dezembro, mas depois, infelizmente, não se conseguiu realizar as outras etapas”, disse à Lusa o único atleta luso que integra a elite mundial do surf.

Depois de cumprir a quarentena obrigatória imposta a todos os surfistas que viajaram para a Austrália para o reatamento do circuito mundial, e de voltar aos treinos no mar, Frederico Morais, também conhecido por ‘Kikas’, espera que as quatro etapas australianas se realizem sem constrangimentos provocados pela covid-19.

“Parece que agora, aqui, na Austrália, vai correr tudo bem. Temos o primeiro campeonato a começar na quinta-feira [ainda na quarta-feira à noite, em Portugal, dado os fusos horários], e depois temos mais três campeonatos aqui na Austrália ainda. Se deus quiser, tudo isso irá acontecer e vamos conseguir ganhar algum ritmo e voltar a ter o nosso ‘tour’ [circuito], que é o mais importante, sem dúvida alguma”, assinalou.

Questionado sobre os objetivos que tem para a primeira prova da ‘perna’ australiana, em Newcastle, Nova Gales do Sul, Frederico Morais sublinhou que as suas “expectativas são sempre boas” e que o mais importante é passar essa confiança para a competição.

“O trabalho foi feito, o treino foi feito, eu sinto-me bem, psicologicamente, fisicamente, e tecnicamente em termos de surf. Tem tudo para dar certo. Agora, é ir confiante e acreditar num bom resultado”, lançou o surfista de 29 anos.

Ainda assim, ‘Kikas’ apontou a necessidade de adaptação dos atletas face a um ano atípico por causa da pandemia de covid-19, que já fez cair as etapas de Sunset (Havai), em janeiro, e de Santa Cruz (Estados Unidos), em fevereiro, tal como tinha acontecido anteriormente com a paragem portuguesa, em Peniche, originalmente agendada para fevereiro.

“Não quero criar grandes expectativas. Acho que é um ano para se pensar ‘heat’ [bateria] a ‘heat’, vai ser um ano completamente diferente, com etapas completamente diferentes, e nós temos de nos adaptar também”, sublinhou.

O surfista do Guincho vai enfrentar o sul-africano Jordy Smith e o australiano Matt Banting na quarta bateria ronda inaugural do Rip Curl Newcastle Cup e, apesar de não esperar facilidades, acredita que pode avançar na prova.

“Os meus adversários, tanto o Jordy Smith como o Matt Banting, são dois ótimos surfistas, vai ser um ‘heat’ complicado, como são todos os ‘heats’ desta ronda. Já não há surfistas fáceis. Tudo depende de mim. É fazer o meu surf e esperar por um bom resultado”, vincou.