A Associação de Escolas de Surf de Portugal (AESDP) e a Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) vão assinar um protocolo de cooperação, tendo em vista melhorar a regulamentação da atividade nas praias.
"O surf tem vindo a ser alvo de muitas críticas e achamos que com esta parceria com a APECATE podemos contribuir para melhorar a regulamentação em vigor nas praias portuguesas", avançou à agência Lusa Afonso Teixeira, porta-voz da AESDP.
O responsável sublinhou que os operadores relacionados com o ensino de surf têm que ter registo de animação turística junto da APECATE, destacando a "capacidade e experiência" desta associação na gestão dos assuntos relacionados com a regulamentação e o ordenamento das atividades nas praias.
"Nós queremos ajudar no ordenamento e apresentar propostas de regulamentação justas e aceitáveis", afirmou Afonso Teixeira, dando como exemplo a criação de corredores próprios para a prática de surf.
"Sobretudo no verão, quando há maior afluência de pessoas nas praias, há muitos conflitos entre surfistas e banhistas, porque os espaços não estão delimitados", realçou.
Segundo o representante da AESDP, neste momento, existem cerca de 300 escolas de surf registadas na Federação Portuguesa de Surf.
"Mas o número será muito superior, porque existem capitanias que não exigem este registo. No Turismo de Portugal, existem cerca de 700 operadores inscritos que oferecem, entre outras atividades, aulas de surf. Nós calculamos que o número real andará entre as 500 e as 600 escolas", assinalou.
Quanto ao número de praticantes de surf em Portugal, Afonso Teixeira revelou que as estimativas mais recentes apontam para a existência de quase meio milhão de surfistas, sendo o segundo desporto mais praticado a seguir ao futebol.
Em comunicado, a APECATE frisou que "não ficou indiferente ao atual fenómeno de crescimento dos operadores de surf e dos problemas de ordenamento e qualificação que esse crescimento tem gerado" em Portugal.
"Temos vindo a acompanhar bem de perto o crescimento do surf e destes agentes de animação turística que têm passado por desafios muito semelhantes a outras atividades de animação turística. Acreditamos que a experiência que detemos neste campo, aliada ao vasto conhecimento especializado da AESDP, irão permitir que se estabeleça um caminho de progresso e qualificação para o setor", referiu o presidente da APECATE.
O protocolo entre a AESDP e a APECATE vai ser assinado em 17 de novembro na Ericeira, num evento em que também vão ser apresentados os resultados do questionário "Gestão e Regulamentação das Praias Portuguesas: Perspetivas dos Utilizadores", promovido pela AESDP.
João Diogo Santos, presidente da AESDP, deixou um apelou: "é extremamente importante que todos os interessados neste tema compareçam a esta apresentação, uma vez que será seguida de um momento de debate e discussão pública em que todos terão oportunidade de expor as suas preocupações e pontos de vista".
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