A seleção nacional masculina de râguebi sevens disputa este fim de semana (1 e 2 de março), na Cidade do Cabo, África do Sul, a primeira etapa do World Rugby HSBC Sevens Challenger 2025, competição de qualificação para o circuito mundial 2026.

Após a jornada dupla na Cidade do Cabo (2ª etapa, 7 e 8), das 12 nações envolvidas (masculina e feminina), as oito melhor classificadas passam à 3.º etapa e final, em Cracóvia, Polónia (11 e 12 de abril). Em Los Angeles (EUA), 3 a 4 de maio, o playoff junta o top 4 (masculino e feminino) do Challenger com as quatros seleções despromovidas do circuito mundial na luta pelo acesso às quatro vagas em aberto para a elite na próxima época.

Antes de abordar o arranque, Frederico Sousa recua. “A equipa acabou muito bem no ano passado. Estávamos mais próximos da França e da Irlanda, já começámos a ganhar à Alemanha e houve uma evolução grande e natural”, recorda o selecionador nacional que levou, em 2024, os lobos à 10ª posição no Challenger (falharam a Grande Final de Madrid) e 4.º lugar no europeu (5.º, em 2023), posto que qualificou Portugal, pela segunda vez consecutiva, para o torneio de acesso ao circuito mundial.

Sobre o presente edição 2025 do Challenger, é direto. “Se tivéssemos a equipa como acabámos o ano passado, estaria confiante e acho que, seguramente, estaríamos em Los Angeles a lutar pela qualificação”, disse ao SAPO DESPORTO.

Hoje, contudo, a realidade é, um pouco, diferente. “Neste momento, cerca de 75% a 80% é uma equipa nova. Da equipa core do ano passado, temos dois ou três jogadores, portanto, voltámos um bocadinho para trás”, assumiu.

“Há novos miúdos vindos dos sub-18 e sub-20, o Martim, Bernardo, a grande maioria deles é o primeiro torneio, mas vai ser bom para abrir também o leque dos jogadores, terem uma experiência e perceberem o que é o ritmo internacional”, antecipou.

Falta de “experiência” e falta também “maturidade”, reconheceu. “Mas têm que seguir o caminho como fizemos da outra vez”, referiu Frederico Sousa que, entretanto, acolheu no seio da equipa, um jogador de última hora. Liam Santos, sul-africano de ascendência portuguesa, substitui Francisco Almeida, lesionado em solo africano.

“Mas, não vale a pena (as queixas), porque é aquilo que é o nosso râguebi”, apontou e desconstrói a afirmação. “A vida profissional de uns não permite, neste momento, que deem o seu contributo”. Outros, saltaram para a seleção de XVque garantiu o apuramento para o Mundial Austrália2027 e outros ainda, hoje são jogadores profissionais em França e “sabemos que não estão disponíveis, porque não são dispensados para jogar sevens, não está no regulamento internacional”, elucidou.

“Encaro isso como uma coisa natural”, afirmou ao fitar a realidade. “Vai ser duro, não vou esconder, vão ser dois torneios bastante duros e difíceis”, confessou antes dos lobos defrontarem sábado, na fase de grupos (grupo B), Tonga (8h44) e Chile (12h05), no arranque da dupla jornada em solo sul africano.

Regressa ao propósito. “O objetivo é dar experiência aos miúdos e, quem sabe, o que poderemos fazer”, disse. “Mas, o facto de também permitir aqui uma escada de desenvolvimento aos nossos jogadores”, alguns dos quais já transitaram para o XV, “é ótimo e é importante”, sustentou Frederico Sousa, selecionador nacional de sevens.

“Ver o Manel (Vareiro), o Diogo (Rodrigues), o José Paiva dos Santos e outros que se iniciaram connosco, é sinal de que o sevens é uma boa montra e uma escada de desenvolvimento”, analisou.

Por fim, deixa no ar um desejo. “Quem sabe, possamos fazer uma surpresa”, finalizou.

GRUPOS: 1.ª etapa, Cidade do Cabo

A: Alemanha, Japão, Geórgia
B: Chile, Tonga, Portugal
C: Samoa, Uganda, Brasil
D: Canada, Hong Kong China, Madagáscar

Challenger Sevens explicado:

Fase de grupos: 1ª e 2ª etapa na Cidade do Cabo, 1, 2 e 7 e 8 de março.

12 nações (masculina e femininas) discutem na África do Sul o acesso à final.

3.ª etapa e final: Cracóvia, 11 e 12 de abril.

Top 8 após as duas primeiras rondas disputa a derradeira jornada da fase de grupos e final na Polónia.

Playoff: Los Angeles, 3 a 4 de maio

Na Cidade do Anjos (EUA), o Top 4 (masculino e feminino), juntamente com as quatros seleções despromovidas do circuito mundial, disputa um lugar entre as quatro vagas em aberto para a elite na próxima época.