O ‘capitão’ da seleção portuguesa de râguebi comparou as equipas de Portugal e França, além de reafirmar o desejo de marcar presença no Campeonato do Mundo de 2023.

Numa entrevista ao site da World Rugby, Tomás Appleton elogiou os companheiros oriundos das seleções de sub-20, e apontou, ainda, a disputa entre Jorge Abecasis e Jerónimo Portela pela posição de médio de abertura, tal como acontece nos ‘bleus’ entre Romain Ntamack e Matthieu Jalibert.

“São jogadores fantásticos e, apesar de serem ainda muito novos, já têm experiência internacional”, frisou o centro dos ‘lobos’ e do CDUL.

“O Jerónimo [Portela] teve algum azar”, considerou, ao recordar que o abertura do Direito teve de regressar abruptamente da sua participação na Superliga Americana de râguebi devido à pandemia de covid-19, enquanto Abecasis voltou de uma experiência na academia dos Crusaders, na Nova Zelândia, “mais forte, rápido e com maior conhecimento do jogo”.

“A França teve uma equipa campeã mundial de sub-20 e promoveram muitos dos jogadores à equipa sénior. E nós temos tido alguns bons resultados também, especialmente no World Trophy de sub-20”, lembrou Tomás Appleton ao site do organismo que tutela a modalidade a nível mundial.

A França é o país anfitrião do Campeonato do Mundo de 2023 e tem sido apontada como favorita, após os bons desempenhos da sua rejuvenescida equipa, especialmente no torneio das 6 Nações, nos últimos dois anos, nos quais se sagrou vice-campeã.

Por outro lado, os elogios do ‘capitão’, de 27 anos, não se ficaram pelos mais jovens e Appleton destacou, também, a importância de Samuel Marques, de 32 anos, nos recentes resultados da seleção.

“Teve um grande impacto na equipa. Joga no Top 14 de França, está habituado a um nível competitivo mais alto que o resto dos rapazes e traz muita experiência. A nossa equipa é jovem e por vezes precisa de jogadores como ele para tomar boas decisões e pautar o jogo”, elogiou.

Marques regressou aos ‘lobos’ em 2021, após um interregno de oito anos, e foi determinante para as exibições de Portugal nas derrotas com Geórgia (29-16) e Roménia (28-27), assim como na vitória com a Espanha (43-28), encontros de onde a equipa retirou bastantes aspetos positivos, segundo o 'capitão'.

“Frente à Geórgia, estávamos a ganhar ao intervalo, mas no final prevaleceu a capacidade física deles. Com a Roménia, estávamos confortáveis, mas errámos muito nos alinhamentos e não gerimos bem o jogo. Contra a Espanha, sabíamos que era um jogo de tudo ou nada e tínhamos de melhorar. Demorámos um pouco a entrar no jogo, mas, depois, crescemos e os avançados deram-nos uma boa plataforma para atacar”, resumiu.

Os resultados deixam Portugal em terceiro lugar do Europe Champinship, a quatro pontos da Roménia, numa altura em que faltam ainda disputar sete jogos de qualificação para o França'2023.

Appleton lembrou, por outro lado, a diferença entre as oportunidades concedidas às várias equipas que lutam pelas duas vagas diretas atribuídas aos participantes do Europe Championship.

“Não podemos esquecer que em novembro estávamos a disputar dois jogos com o Brasil, enquanto a Geóriga defrontava Inglaterra, País de Gales, Irlanda e Ilhas Fiji na Taça de Outono das Nações. É uma grande diferença”, criticou.