Os três portugueses que hoje disputaram finais nos Europeus Open de natação paralímpica conseguiram todos melhorar os recordes nacionais das respetivas distâncias, tendo Marco Meneses ficado a 16 centésimos da medalha de bronze, nos 50 metros livres S11.
O nadador paralímpico do CRASTO – Castro Daire terminou a final dos 50 metros com a marca de 27,05 segundos, fazendo cair o recorde nacional de 27,13, que tinha estabelecido nas eliminatórias da manhã, nas quais bateu a marca de 27,47.
Marco Meneses ficou a apenas 16 centésimos do terceiro classificado, o lituano Edgaras Matakas (26,89), que arrecadou a medalha de bronze, numa prova ganha pelo neerlandês Rogier Dorsman (26,39).
No final da prova, Marco Meneses, cego total, admitiu que “nas eliminatórias da manhã o objetivo era melhorar o recorde nacional, o que foi conseguido” e que na final ambicionava chegar às medalhas.
“Não deu para a medalha, mas melhorei o tempo, foi muito bom, mesmo assim”, disse Marco Meneses, admitindo que nadou a final “a dar tudo”, e que este resultado “é uma motivação para os Jogos Paralímpicos”, competição na qual tem praticamente assegurada a presença.
Na final dos 400 metros livres S8, Diogo Cancela, da ALN – Louzan Natação, foi sexto classificado, com a marca de 4.34,61 minutos, melhorando o anterior recorde nacional (4.36,27) que já lhe pertencia.
A prova, que atribuiu as primeiras medalhas da competição, foi ganha pelo italiano Alberto Amoedo (4.24,29), tendo o russo, Andrei Nykolaev, campeão paralímpico, conseguido a prata (4.29,56).
Com a presença praticamente assegurada nos Jogos Paralímpicos Paris2024, Diogo Cancela fez um “balanço positivo” da sua participação na prova, mas admitiu: “Estava à espera de um resultado um bocadinho melhor, mas fiz recorde nacional, já foi bom”.
O nadador mostrou-se esperançado em conseguir, no Funchal, “um bom resultado nos 100 mariposa, a ainda melhor nos 200 estilos”, distância na qual foi medalha de prata nos Mundiais do ano passado e bronze nos Mundiais de 2022.
Na final direta dos 100 metros costas S6, Daniel Videira foi quinto, com o tempo de 1.19,89, melhorando o recorde nacional da distância (1.20,80), que já lhe pertencia, numa prova ganha pelo russo Aleksei Ganiuk (1.13,47), que tal como os seus compatriotas compete sob bandeira neutra.
Daniel Videira afirmou ter feito “um grande resultado” lembrando que foi quinto da classificação geral, mas quarto europeu, uma vez que a competição tem a categoria Open e por isso está aberta a atletas de países não europeus.
“Tirar quase um segundo a um recorde nacional numa prova de 100 metros é incrível”, afirmou o nadador, que concluiu a distância imediatamente atrás do chinês Yanhbo Luo (1.18,68).
Os Europeus de natação paralímpica, que decorrem até sábado no Complexo de Piscinas Olímpicas do Funchal, na Madeira, juntam 427 atletas, entre os quais sete portugueses, oriundos de 51 países.
A competição assume particular importância nos rankings que ditarão a atribuição nominal das quotas para os Jogos Paralímpicos Paris2024, que se realizam entre 28 de agosto e 08 de setembro.
Na natação paralímpica, os nadadores com deficiências locomotoras são agrupados nos diversos estilos de acordo com as suas capacidades funcionais, através de avaliações, nomeadamente, da força muscular, coordenação e limitação de movimentos.
O número da classe é antecedido pela letra S (Swimming), sendo que as classes S1 a S10 agrupam nadadores com limitações físico-motoras, as classes entre 11 e 13 nadadores com deficiência visual e a classe S14 é exclusiva para atletas com deficiência intelectual.
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