Os nadadores convocados para os Europeus de piscina curta por Portugal não irão aos Mundiais, em dezembro, mesmo que tenham mínimos para isso, garantiu hoje à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN).

António José Silva esclareceu a convocatória de dois atletas para os Europeus, após uma assembleia-geral do órgão a que preside que aprovou as contas para 2022, e abordou ainda a polémica no polo aquático.

“A prioridade da FPN é a participação no Mundial de piscina curta em Abu Dhabi, em dezembro, e não no Europeu de piscina curta, facto que já estava esclarecido numa reunião prévia de alto rendimento”, contou.

O dirigente revelou depois que o “muito grande apoio à participação” pela LEN, o organismo que rege a natação no continente europeu, levou à presença no Europeu, sob pena de a federação perder financiamento para as próximas edições, “porque conta o histórico”.

Ainda assim, e “por política da FPN” de não levar os atletas às duas provas, os dois convocados para os Europeus competirão em Kazan, com nove pré-convocados para os Mundiais de Abu Dhabi já anunciados.

Diogo Carvalho, de 33 anos e com três participações em Jogos Olímpicos, criticou a ausência da divulgação pública “e justificação da escolha de atletas” para os Europeus agendados para novembro, tendo ficado fora das duas provas.

A FPN anunciou em 22 de outubro a convocatória para os Europeus, que decorrerão em Kazan, de 02 a 07 de novembro, na qual constam os nadadores Francisco Quintas (Sporting) e Francisca Martins (Foca).

O organismo federativo divulgou também uma lista de nove pré-convocados para os Mundiais de piscina curta, a disputar em dezembro, na qual não também não consta Diogo Carvalho.

“Há uma questão na cabeça de toda a gente, o Diogo Carvalho: como é óbvio, a FPN reconhece todo o trabalho do Diogo Carvalho, mas não alimenta polémicas nas redes sociais”, comentou.

No polo aquático, a decisão de não inscrever a seleção masculina no apuramento para o Europeu de 2022, que motivou várias críticas, deveu-se a uma “aposta da FPN” devida a restrições financeiras.

“Decidimos apostar naquela seleção [a feminina, ao invés da masculina, não inscrita], pelo passado histórico, não pressupondo a desvalorização da seleção masculina”, afirmou.

No caso, e assumindo também uma “falha de comunicação”, a “racionalidade desportiva e cobertura financeira”, num ano pós-olímpico em que a FPN terá menos “cerca de meio milhão de euros” em apoio, ditou a aposta nas femininas, com um passado de participação em fases finais.

Já no masculino, e mantendo a aposta “para o Europeu de 2024”, espera-se que possam participar nos Jogos do Mediterrâneo, aí sob a égide do Comité Olímpico de Portugal, mas também no Torneio das Nações e na preparação da Challenge FINA Cup, em 2023.

De resto, a primeira AG presencial após o surgimento da pandemia de covid-19 “correu bem”, garantiu António José Silva, com a presença de 22 dos 40 delegados, que aprovaram o Plano de Atividades e Orçamento relativo a 2022, com 19 votos a favor e três abstenções.

A 'Gala da Natação 2021', realizada em Rio Maior, também serviu para premiar várias figuras da modalidade e do desporto em geral.