O Diretor Técnico Nacional (DTN) de natação disse hoje que a medalha de ouro nos 50 metros mariposa dos Mundiais é “uma afirmação de continuidade” para Diogo Ribeiro, mas considerou que “é prematuro” tirar mais ilações.
Em declarações à agência Lusa, José Machado destacou que este é “um momento único para a natação portuguesa”, mas apontou que as ilações sobre a evolução do nadador português serão tiradas nas próximas distâncias onde Diogo Ribeiro vai competir, em Doha.
“Para o Diogo [Ribeiro] é uma afirmação de continuidade, passou do título de campeão do mundo de juniores para vice-campeão e agora campeão do mundo absoluto. É já uma figura incontornável da natação nacional e começa a afirmar os seus créditos ao mais alto nível internacional, mas tirar mais ilações do que isto é prematuro”, afirmou José Machado.
Até porque, explicou o DTN, “a competição que se segue é os Jogos Olímpicos” de Paris2024, que têm “características muito especiais”, e os 50 metros mariposa, distância onde Diogo Ribeiro se tem afirmado, “não faz parte do programa olímpico”.
O atleta do Benfica ainda vai competir, em Doha, nos 50 metros livres, 100 metros livres e 100 metros mariposa, distâncias que, essas sim, “existem no campeonato olímpico” e onde se poderá, então, “tirar essa ilação”.
“No último Campeonato do Mundo, o Diogo, apesar de ser vice-campeão do mundo dos 50 metros mariposa, não atingiu nenhuma das finais das outras provas”, lembrou José Machado.
Por isso, “agora, a expectativa é exatamente de que consiga atingir as finais”, para, “depois, estando nessa disputa”, poder “ambicionar a uma melhor participação ou a uma participação nos Jogos Olímpicos de acordo com os objetivos” definidos.
Segundo o DTN, o título de campeão do mundo conquistado hoje por Diogo Ribeiro era “impensável até há dois anos” e só foi possível “com a vinda da equipa técnica dirigida por Alberto Silva”, que permitiu fazer um “acompanhamento diário” dos atletas numa “prova de pormenores”.
Mas foi, precisamente, “um pormenor na partida” do nadador português que “deu a entender que já não seria possível ambicionar a mais do que a presença na final”, não fosse, “a partir do momento em que começaram a nadar”, ter-se verificado “nitidamente que, a nadar, o Diogo era o mais rápido” de todos os finalistas.
“Foi também o que conseguiu chegar melhor, mas isso também foi fruto de vir a nadar mais rápido do que os outros. Foi uma chegada perfeita, com uma partida ao nível do Diogo, que não foi totalmente conseguida. [Senão], provavelmente ainda estaríamos também a falar do recorde nacional”, analisou José Machado.
O português Diogo Ribeiro sagrou-se hoje campeão do mundo dos 50 metros mariposa dos Mundiais aquáticos, conquistando a sua segundo medalha na disciplina.
Em Doha, Diogo Ribeiro nadou a distância em 22,97 segundos, à frente do norte-americano Michael Andrew (23,07) e do australiano Cameron McEvoy (23,08).
Em 2023, em Fukuoka, no Japão, Diogo Ribeiro tinha dado a primeira medalha a Portugal em Mundiais de natação, ao ser segundo na final de 50 metros mariposa, tornando-se já este ano no primeiro luso a chegar a duas finais.
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