O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal disse hoje à Lusa ter a certeza de que a edição 2015 do Rali de Portugal “vai ser uma realidade e que decorrerá em maio no Norte".
"Tenho a certeza, neste momento, de que o rali vai ser uma realidade. Este deve ser um anúncio oficial que será assumido muito em breve pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP), pelo do Porto e Norte de Portugal e pelas entidades que têm colaborado com Comissão de Coordenação Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).Quero dar aqui uma nota de grande esperança, quase entre 80 a 90%, de que dentro de umas semanas vamos anunciar a realização da prova na região Norte", afirmou Melchior Moreira.
O responsável falava no final de uma reunião, realizada na sede do Turismo Porto e Norte de Portugal, em Viana do Castelo, onde participaram as autarquias envolvidas, o ACT e a CCDR-N, tendo sido "assinado um acordo de parceria". Melchior Moreira afirmou que os custos da edição 2015 rondam os 3,5 milhões de euros, sendo o "esforço" dos 12 municípios "de mais 1,1 milhões de euros".
"O acordo de parceria dá, claramente, corpo a este financiamento que deveria ter sido assumido pelo Turismo de Portugal, o que lamentavelmente não veio a acontecer, prejudicando mais uma vez, em termos de eventos, o Norte de Portugal", frisou.
Segundo aquele responsável, com este acordo de parceria, os 12 municípios "dão grande exemplo de coesão nacional para voltar a trazer para o Norte um evento de visibilidade mundial, quando deveria ser o Governo a assumir uma verba que vinha assumindo no Algarve". Moreira avançou ainda que a prova deverá decorrer entre 21 e 24 de maio, mas sublinhou que este calendário poderá sofrer "alguns pequenos ajustes". Melchior Moreira escusou-se a revelar os municípios envolvidos e os troços por onde vai passar a prova, uma vez que o percurso está ainda a ser programado.
Em julho passado o Ministério da Economia anunciou que o Turismo de Portugal não vai apoiar financeiramente a edição de 2015 do Rali de Portugal nem a prova de WTCC, a realizar-se no Porto, e justificou que tal decisão se deve a uma nova estratégia de promoção do país, focada na "captação de rotas aéreas e de parcerias com operadores turísticos e na adaptação da promoção externa ao 'marketing' digital".
Segundo um estudo de 2013 sobre impacto do evento na economia de turismo citado, em agosto passado pelo Conselho Regional do Norte, o Rali de Portugal "gera em termos líquidos um fluxo total de 300 mil adeptos que asseguram 530 mil assistências ao vivo e atinge um impacto económico total de 101.734.770 euros".
Os dados divulgados em agosto passado pelo ACP indicam também que "por cada euro de investimento público [no rali] foram gerados na economia nacional 54,42 euros de despesa direta pelos adeptos", valor calculado considerando o apoio acumulado do Turismo de Portugal na ordem dos 6,4 milhões de euros e os 348,2 milhões de euros "de impacto direto" gerados pelos turistas e adeptos.
Por outro lado, o ACP estima que a base da Easyjet do Porto terá um retorno de 195,4 milhões, o que significa que cada euro de apoio público irá gerar 31,01 euros, ou seja "menos 43% que a opção já testada ao longo dos últimos sete anos no apoio" ao Rali de Portugal.
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