O piloto francês Sebastien Ogier (Volkswagen) sagrou-se hoje bicampeão do mundo de ralis, consolidando o que pode vir a se tornar um novo e longo reinado na categoria.
Após os nove títulos consecutivos de Sebastien Loeb (Citroen) – 2004 a 2012 –, Ogier, de 30 anos, aproveitou a saída de cena do seu compatriota e, ao volante de um Volkswagen, começou a escrever a sua própria série de títulos.
Em 2013 – com Loeb apenas a participar em quatro provas –, Ogier conquistou o seu primeiro título mundial, vencendo nove dos 13 ralis do calendário.
Neste ano, com o Volkswagen, mais uma vez, a provar ser o melhor carro do pelotão, o francês “apenas” teve de enfrentar forte oposição do seu companheiro de equipa, o finlandês Jari-Matti Latvala.
Latvala foi o único a conseguir atrasar a decisão até ao Rali de Espanha, graças a vitórias na Suécia, na Argentina, na Finlândia e à sua primeira vitória no asfalto, em França. Ogier dominou os restantes, à exceção do Rali da Alemanha, ganho pelo belga Therry Neuville (Hyundai).
Aos 30 anos, com dois títulos no currículo e tendo renovado recentemente pela Volkswagen (a marca ganhou 21 dos últimos 25 ralis), Ogier tem todas as condições (até terá os mesmos colegas de equipa) para continuar a acumular campeonatos.
Descrito como metódico, focado nos objetivos e com uma precisão clínica na abordagem das classificativas especiais, Ogier começou nas provas de captação de jovens pilotos franceses do Rallye Jeunes (organizado pela federação do automóvel francesa), ganhando depois um volante numa das séries monomarca em França.
Ogier (Gap, Alpes franceses, 17 de dezembro de 1983) fez caminho com as cores da FFSA (a Federação Francesa do Desporto Automóvel) e ascendeu à "primeira divisão" do WRC pela mão da marca francesa Citroen.
Depois de uma temporada em 2010 na equipa júnior (com a qual venceu pela primeira vez um WRC, em Portugal), Ogier ganhou um volante na equipa oficial em 2011, correndo ao lado de Loeb.
A convivência com Loeb não deixaria grande amizade, com Ogier a acusar a equipa de não o deixar ganhar. Ainda assim, em 2011, ganhou em Portugal (pela segunda vez), na Jordânia, na Grécia, na Alemanha e em França, antes de abandonar a marca para desenvolver o carro que mais tarde lhe daria os dois títulos.
O ano de 2012 foi um deserto de triunfos, ao volante de um Skoda 2000, principalmente a preparar a época seguinte e o Volkswagen Polo R WRC. Mas, em 2013, Ogier dominou completamente o campeonato (com Loeb em "part-time") e este ano, a uma prova do fim, já soma mais sete vitórias e o bicampeonato.
Aos 30 anos, Ogier (22 vitórias) é desde já considerado o segundo grande nome francês da categoria, depois de Loeb (78 vitórias) e já à frente de Didier Auriol (20).
O êxito de Ogier não pode ser contado sem falar no co-piloto que o acompanha desde há oito anos: Julien Ingrassia, também francês e quatro anos mais velho.
Juntos, Ogier e Ingrassia ganharam os ralis de Portugal (2010, 2011, 2013 e 2014), do Japão (2010), da Jordânia (2011), da Acrópole (Grécia, 2011), da Alemanha (2011), de França (2011, 2013), da Suécia (2013), do México (2013 e 2014), da Sardenha (2013, 2014), da Finlândia (2013), da Austrália (2013 e 2014), da Catalunha (Espanha, 2013 e 2014), da Polónia (2014) e de Monte Carlo (2014).
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