Ricardo Teodósio (Skoda Fabia) cumpriu hoje um "sonho de longa data" ao sagrar-se campeão nacional de ralis depois de ter terminado o Rali Casinos do Algarve na segunda posição, atrás de Bruno Magalhães (Hyundai i20).
Aos 43 anos, Ricardo Teodósio, natural da Guia, em Albufeira, admite que esta foi "uma das provas mais difíceis" que já enfrentou, devido "à pressão" por conquistar o primeiro título absoluto da carreira, ainda por cima diante do "seu" público.
"É uma sensação espetacular. É um sonho de longa data. Foi pena não termos ganhado o nosso rali, mas não precisávamos de arriscar", disse o piloto algarvio, em declarações à agência Lusa.
Teodósio, que partiu para esta nona e última jornada do Campeonato de Portugal de Ralis com 130,44 pontos (já descontados os 10 do pior resultado da temporada) terminou na segunda posição, a 16,1 segundos de Bruno Magalhães, o principal adversário.
"Foi uma sensação que já não vivia há muito, desde que fui campeão do Grupo N [Produção, em 2017]. Mas este título, como é absoluto, tem outro sabor, pois foi contra os melhores pilotos nacionais. Este campeonato foi muito renhido, um dos melhores da Europa", frisou o piloto algarvio da Skoda.
Teodósio começou a correr em 1990, tendo sido campeão nacional de karts em 1992. Passou pela Fórmula Ford e pelo todo-o-terreno (1999) antes de se fixar definitivamente nos ralis.
O segundo lugar no Algarve foi suficiente para conquistar o título sem precisar de fazer contas à classificação dos adversários, apesar de ainda ter somado 0,5 pontos pela vitória na sexta especial, em Nave Redonda, terminando o campeonato 150,94 pontos contra os 146,38 de Magalhães.
"Ganhámos um rali muito difícil e que eu já não disputava há 10 anos. Foi um campeonato extremamente disputado, no qual fizemos uma segunda metade de época fantástica, com duas vitórias e mais dois pódios nos últimos quatro ralis. Penso que o ponto de viragem foi mesmo o Rali de Castelo Branco. A partir daí, fomos sempre muito competitivos, recuperámos muitos pontos e lutámos pelo título até ao final. Os meus parabéns ao Ricardo Teodósio e ao José Teixeira", disse Bruno Magalhães.
Alexandre Camacho (Skoda Fabia) fechou o pódio do rali algarvio, a 1.00,6 minutos do vencedor, com Armindo Araújo (Hyundai i20), anterior campeão, na quarta posição, a 1.06,1 minutos.
O novo campeão nacional já tinha lutado pelo título de 2018, até à última prova, também no Algarve, mas um motor partido acabou com as esperanças antes do final, em benefício de Armindo Araújo.
Este ano, Teodósio apostou forte num bom resultado, tendo chegado a contratar os serviços do piloto italiano Eric Camilli, como consultor.
"Fez-me ver coisas dentro do carro que eu nunca tinha visto e que achava que não era possível fazer", contou Teodósio à Lusa.
O campeão nacional deixou, por isso, "uma palavra de agradecimento" ao mentor italiano, bem como "a toda a equipa, à Skoda e ao Sérgio [engenheiro]".
Apesar de ter prometido "deixar o Nacional e fazer o Europeu" no próximo, ano caso conseguisse sagrar-se campeão, os patrocinadores fizeram-no mudar de ideias.
"Não têm interesse num projeto internacional, pelo que vou ter de continuar no Nacional", concluiu.
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