O Grande Prémio de Macau arrancou hoje com a ‘prata da casa’ na sua maioria, uma prova diferente e com fortes medidas de prevenção anti-pandemia, mas com público, num território que já não regista casos da covid-19 há quase cinco meses.

Com as fronteiras praticamente encerradas, Macau teve de se virar para os pilotos oriundos da China continental, único território de onde é possível entrar em Macau sem quarentena obrigatória de 14 dias.

Ainda assim, os pilotos que entraram pela China continental tiveram de apresentar um teste negativo de ácido nucleico à entrada de Macau. Caso entrassem através de outros territórios tinham de fazer obrigatoriamente uma quarentena de 14 dias num hotel na capital mundial dos casinos.

Numa edição com menos concorrência, chineses e locais olham para a 67.º edição do Grande Prémio como uma boa oportunidade para vencerem a prova.

“A ideia é ir ao pódio este ano, de preferência ganhar a corrida”, disse hoje à Lusa o piloto português Rui Valente, depois da primeira sessão de treinos livres, na qual foi o sexto mais rápido, mas o primeiro na sua classe.

“Não estão cá os três craques (…) optaram por não correr, podiam vir cá, mas não vieram”, acrescentou, o piloto que vai correr na Corrida da Guia, garantindo que o espetáculo vai ser bom na mesma, “não vai perder graça, ou perder qualidade”.

Não vieram os ‘craques’ pelas várias medidas restritivas num dos territórios que é considerado neste momento como um dos mais seguros do mundo.

Mesmo a ‘prata de casa’ e os poucos estrangeiros que participam tiveram de passar por muitas medidas preventivas: entre quarta-feira e quinta-feira todos os pilotos, pessoal da equipa, colaboradores de pista e de Paddock, pessoal médico e de resgate tiveram de repetir o teste de ácido nucleico.

“À chegada, o pessoal com vestuário de proteção procedeu de imediato à desinfectação dos veículos e dos objetos, para efetuar os devidos trabalhos de prevenção epidémica”, lê-se num comunicado do Governo de Macau.

Todos, incluindo o público, têm de apresentar um código de saúde, sujeitarem-se à medição de temperatura à entrada do recinto e usarem máscaras.

“Macau é uma cidade segura. O Governo fez um bom trabalho para combater a pandemia”, sublinhou à Lusa o piloto Zhnag Zhi Qiang.

O piloto chinês de 26 anos contou ainda que, até agora, está a preferir a prova em Macau em comparação com as que se têm realizado no interior da China: “A diferença entre a competição na China e em Macau é que há público em Macau”.

Sem público, mas com pilotos de alto nível, começa também hoje o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, com a disputa das primeiras duas sessões de treinos livres para as três categorias em disputa, MotoGP, Moto2 e Moto3.

A 14.ª e última prova do campeonato do mundo de velocidade em motociclismo tem no português Miguel Oliveira (KTM) um dos favoritos na luta pela vitória na corrida que se disputa domingo.

A mais de 10.000 quilómetros de distância, em Macau, Rui Valente deseja sorte ao compatriota: “o nosso Miguel! Espero que ele volte a fazer o que fez há uns tempos e ganhar a corrida. Vamos a isso. Torço por ele, é português e o rapaz tem jeito”, afirmou.

As corridas que decorrem entre hoje e 22 de novembro (menos um dia que o programado) vão desde o Grande Prémio de Macau de Fórmula 4, Taça GT Macau, Corrida da Guia Macau e Taça de Carros de Turismo de Macau até à Taça GT – Corrida da Grande Baía.

A Taça GT Macau é composta pelas GT3 e GT4 e os pilotos participantes serão selecionados de entre os participantes das corridas China GT Championship e Taça GT Azia Pacific, os quais irão competir com pilotos de Macau.

No caso da Corrida da Guia Macau, os pilotos vão ser escolhidos a partir das provas TCR Azia e Azia Pacific 2.OT, igualmente com a participação de pilotos locais.

A Taça de Carros de Turismo de Macau irá manter o formato do ano passado, com as categorias das classes 1600cc Turbo e 1950cc a competirem na mesma pista.