Terminou este sábado a sexta edição do 'RallySpirit Altice', prova onde os fãs do automobilismo puderam reviver os ralis de outros tempos com algumas das máquinas que escreveram as melhoras páginas da história do automobilismo.

Destaque para os triunfos de Ernesto Cunha/Valter Cardoso (Subaru Impreza STI) na Categoria 'Spirit' e para Pablo Pazó/Ezequiel Simões (Talbot Sunbeam Lotus) na Categoria 'Históricos.

Nestes dois dias foi possível ver em ação modelos como o Audi Sport Quattro, o MG Metro 6 R4, o Ford RS200 ou o Lancia Stratos e ainda os mais modernos como o Porsche 991 GT3 ou o Skoda Fabia R5. Foram dois dias em que milhares de aficionados do desporto automóvel puderam ver mais de 80 equipas em competição no norte do país.

Entre sexta-feira e sábado, os fãs também puderam ver outros modelos em ação, como o Renault 4, Mini Cooper ou SEAT Marbella, e outras máquinas com histórico no Campeonato do Mundial de Ralis.

A sexta edição do 'RallySpirit Altice' organizado pela X Racing e Clube Automóvel de Santo Tirso, teve o seu epicentro em Barcelos e nas suas seletivas classificativas, mas passou também pelos pitorescos troços de Santo Tirso e magníficos cenários da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, e do Passeio Alegre, na Foz do Douro.

Ao esquema competitivo com oito seletivas provas de classificação em asfalto, juntou-se ainda a especial de 'Boucles Barcelos', sem tempos cronometrados, mas disputada no original modo de perseguição, que permitiu uma dose de espetáculo acrescida, numa renovada aposta da organização.

Entre os concorrentes da Categoria 'Históricos', foi a dupla espanhola Pablo Pazó/Ezequiel Campos a impor a lei, com o Sunbeam Talbot Lotus, inscrevendo o seu nome pela segunda vez no quadro de honra da prova, após o triunfo em 2018. O piloto castelhano venceu todas as especiais da segunda etapa, o suficiente para ascender à liderança na sexta classificativa e daí desalojar a equipa Rui Ribeiro/Pedro Fernandes.

À chegada a Barcelos, Pazó não podia estar mais satisfeito: "O balanço não pode ser mais positivo, pois não tivemos problemas mecânicos e vencemos uma prova com troços muito bonitos e muito calor humano por parte dos espectadores. O que nos deixa já com vontade de voltar para o próximo ano, para tentar confirmar o ditado 'não há duas, sem três'... vitórias!".

Conformados com o segundo lugar, Rui Ribeiro/Pedro Fernandes, não tiveram dificuldades em superiorizar-se à dupla Joaquim Costa/José Costa que completou o pódio, num dos seis Ford Escort que concluíram a prova entre os 10 primeiros classificados.

Na outra categoria, a 'Spirit', reservada a máquinas com preparação mais liberal, também não faltaram momentos emocionantes, até porque à cabeça da classificação estiveram modelos como o Subaru Impreza STI e Mitsubishi Lancer EVO VI, trazendo reminiscências do Campeonato do Mundo de Ralis, quando os dois modelos mediam forças. Em palco nacional, o pêndulo pendeu para o lado do Subaru, com Ernesto Cunha/Valter Cardoso a começarem a desenhar a vitória desde os primeiros quilómetros, mas apenas a confirmá-lo ao longo da derradeira etapa, quando tornaram o Impreza STI inatingível para a concorrência.

Na sua primeira vitória no RallySpirit Altice, o piloto não escondia o sorriso por detrás da vitória: "Estou muito contente com o triunfo não só porque o Subaru é um carro 'delicioso' de conduzir, mas sobretudo porque a vitória foi obtida num evento maravilhoso e que tem um ambiente e uma moldura humana incrível."

Sem argumentos competitivos para o vencedor, a dupla Armando Costa/Sérgio Rocha acabou por se entreter a lutar com outro Mitsubishi Lancer EVO VI, o de Pedro Leal/Nuno Mota Ribeiro, com ambas as duplas a darem mais um tónico de emoção à parte final da prova e a terminarem separadas por apenas 1,5 segundos.

No final, Pedro Ortigão, responsável da X Racing, fez o balanco da prova.

"O 'RallySpirit Altice' foi, mais uma vez, um êxito, numa edição particularmente difícil de organizar atendendo às circunstâncias que vivemos, mas onde conseguimos colocar na estrada um evento merecedor dos maiores elogios, tanto por parte das equipas como do público, que mais uma vez foram inexcedíveis na paixão que demonstraram pelos ralis e pela prova. Penso que temos condições para evoluir ainda mais, no futuro, tornando o evento num dos melhores 'Rally-Legends' do mundo, quer pela nossa paixão pelos ralis, quer pela forma como acolhemos os participantes", comentou.