O francês Sébastien Ogier, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20) e o estónio Ott Tänak (Toyota Yaris) disputam, entre sexta-feira e domingo, o título mundial de ralis, na 13.ª e derradeira etapa do campeonato, na Austrália.
Há sete anos que o cetro não era decidido na última prova do ano, na qual Ogier, pentacampeão do mundo, defende os três pontos de vantagem sobre Neuville, segundo classificado. Tänak segue no terceiro lugar, a 20 pontos, e tem sido o mais rápido dos três aspirantes ao título na segunda metade da época.
Em jogo estão 30 pontos, 25 pela vitória mais a ‘power stage’, a derradeira especial que distribui pontos pelos cinco mais rápidos.
Ogier parte como favorito, depois de ter recuperado 26 pontos a Neuville nas duas provas anteriores e ter regressado à liderança, que tinha perdido na Sardenha, na sétima das 13 etapas.
A esta vantagem, soma a experiência e a confiança de cinco títulos consecutivos no palmarés, enquanto o belga foi vice-campeão do mundo três vezes, 2013, 2016 e 2017 e o estónio tem como melhor resultado o terceiro lugar no ano passado.
O francês conquista o sexto cetro se vencer ou ficar em segundo e terminar a ‘power stage’ entre os dois mais rápidos. Pode ainda sagrar-se hexacampeão se ficar à frente de Neuville, desde que ambos não terminem abaixo do quinto lugar se Tänak vencer a prova e a ‘power stage’.
"A pressão está do lado deles [adversários], pois têm de recuperar uma desvantagem. Temos consciência que o facto de sermos os primeiros em pista dificulta a tarefa mas tudo pode acontecer e estamos preparados para o desafio", afirmou Ogier.
Por sua vez, Neuville tem de bater Ogier. O ideal é vencer o rali e a ‘power stage’ e esperar que mais alguém roube pontos na última especial ao piloto natural de Gap. Se o francês for segundo nas duas, ficam empatados em pontos, vitórias e segundos lugares. O título penderia para Ogier, por ter mais quartos lugares [nenhum ficou em terceiro].
Se Neuville for segundo ou terceiro e Ogier terceiro ou quarto, respetivamente, o título vai para o mais bem classificado na ‘power stage’.
"Já ficámos em segundo demasiadas vezes. Nesta prova vai ser o tudo ou nada", avisou Neuville.
Mais pressionado surge Tänak, que tem de conquistar os 30 pontos em disputa e esperar que os rivais fiquem abaixo do quinto lugar ou vencer a prova desde que Ogier e Neuville terminem abaixo de sétimo
"Vou dar o meu melhor. Ainda tenho hipóteses matemáticas e, apesar de não estar nas minhas mãos, vou dar o meu melhor", rematou.
Também o título de construtores ainda está em disputa, com a Hyundai na frente, com 43 pontos de vantagem sobre a M-Sport/Ford, que já assumiu abdicar desta luta em detrimento do Mundial de pilotos.
O Rali da Austrália surge reconfigurado, com 16 das 24 especiais a serem novas ou em sentido contrário ao de anos anteriores.
As pistas em gravilha apresentam-se como um desafio para os primeiros a partir, a não ser que chova. E, segundo os meteorologistas, existe essa possibilidade.
A última vez em que o campeonato foi decidido na última prova aconteceu em 2011, na Grã-Bretanha. Na altura, o francês Sébastien Loeb (Citroën C4) levou a melhor sobre o finlandês Mikko Hirvonen (Ford Fiesta), conquistando o oitavo título consecutivo dos nove que conquistou.
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