A temporada emocionante de 1976
A temporada de 1976 foi sem dúvida um dos mais emocionantes da história da Fórmula 1. O austríaco Niki Lauda (Ferrari), na altura com 26 anos, era o atual campeão da modalidade, tendo vencido em 1975 com larga vantagem sobre o inglês James Hunt (McLaren), que viria a ser o seu grande rival no ano seguinte.
No início do campeonato de 76, o piloto austríaco e o inglês mantiveram uma acesa disputa dentro e fora dos circuitos, alternando entre o primeiro e o segundo lugar até à prova na Suécia, que não correu muito bem aos dois automobilistas.
A 18 de julho, no Grande Prémio da Grã-Bretanha ocorreu o episódio que viria a acentuar a rivalidade entre Lauda e Hunt. A prova foi interrompida e, no momento da paragem, Hunt não tinha completado a volta, tendo optado por um atalho na pista de Brands Hatch. Hunt terminou a corrida em primeiro lugar mas a Ferrari de Lauda contestou a infração de Hunt, veredito que só se viria a ser conhecido antes da prova do Canadá.
Antes de iniciar a (fatídica) prova na Alemanha, Lauda e Hunt estavam separados por 23 pontos, com larga vantagem para o piloto da Ferrari.
O acidente
A 1 de agosto de 76, no Grande Prémio da Alemanha, nos 22 quilómetros de Nürburgring, um terrível acidente quase custou a vida a Lauda, numa pista onde quinze pilotos já tinham perdido a vida. 
Antes de dar início à prova, o piloto da Ferrari tinha alertado para os perigos do circuito de Nürburgring, chegando mesmo a sugerir a suspensão da mesma. Apesar de todos os pilotos concordarem, a prova acabaria por se realizar.
Com o piso molhado devido à chuva, o líder da classificação de pilotos despistou-se numa das curvas apertadas do circuito, sendo atingido ainda por outro carro que vinha atrás. O carro de Lauda incendiou-se e ele sofreu queimaduras de terceiro grau, que o deixaram desfigurado. O austríaco foi transportado de imediato para o hospital, onde ficou a lutar pela vida, tendo sofrido graves danos nos pulmões. O rival Hunt venceu a prova e reduziu para 14 pontos a desvantagem para Lauda.
O regresso de Lauda 
Niki Lauda esteve fora da competição durante duas semanas. A Ferrari substituiu-o por Carlos Reutemann, mas, para surpresa de toda a gente, 43 dias depois, o austríaco voltou no Grande Prémio da Itália, mostrando que estava disposto a lutar pelo título até o fim da temporada. Durante o tempo de ausência de Niki Lauda, James Hunt conseguiu angariar mais pontos, aproximando-se assim do seu rival. Apenas dois pontos separavam os dois pilotos antes de começarem o Grande Prémio de Itália, em Monza, 13.ª prova do campeonato.
Em Itália, Hunt abandonou a prova, sem nunca se conhecer as razões da decisão do piloto inglês, e Niki Lauda terminou a prova em quarto lugar. A mulher Marlene Lauda, presente no circuito de Monza, ficou mais aliviada do que nunca ao perceber que o marido tinha terminado a prova são e salvo. Para ela, o lugar alcançado não era importante. Lauda continuava à frente do campeonato, com cinco pontos de vantagem sobre o representante da McLaren.
Faltavam duas provas para a última etapa, no Japão, e James Hunt conheceu então o veredito do incidente na Grã-Bretanha. A FIA penalizou a McLaren com 9 pontos, atribuindo esses mesmos à Ferrari. 
No Canadá e no Estados Unidos da América, e com quase 20 pontos de diferença para o primeiro ligar, James Hunt não se rendeu e acabou mesmo por ganhar a antepenúltima e penúltima prova. A esta altura, a imprensa acusava Lauda de estar naturalmente traumatizado. O seu inesperado regresso à Fórmula 1 tinha causado nele uma pressão desnecessária para revalidar o título de campeão do mundo.
A 24 de outubro, no Japão, estava em jogo o título de campeão do mundo de 1976, com Niki Lauda como líder, seguido do inglês, separados apenas por três pontos.
Lauda, provavelmente traumatizado pelo acidente que sofrera, abandonou a meio a prova no circuito chuvoso de Fuji, para surpresa de toda a gente. Para Hunt, bastava um terceiro lugar (ou melhor) para se sagrar campeão e o metódico inglês alcançou nada mais nada menos que um terceiro lugar. O britânico sagrou-se pela primeira vez campeão do mundo em Fórmula 1, substituindo Niki Lauda na montra de vencedores, separados apenas por um ponto.
Os anos seguintes
Em 1977, Lauda voltou a alcançar o segundo título de campeão do mundo, deixando para trás James Hunt, que não foi além do quarto lugar na classificação geral. Neste ano, a rivalidade não se fez sentir nas duas escuderias. Em 1984, já competindo contra Ayrton Senna e Alain Prost, que nos anos seguintes viriam a ser eles protagonistas de uma grande rivalidade, Niki Lauda voltou a sagrar-se campeão do mundo, desta vez ao serviço da, curiosamente, McLaren.
Na década de 80 e 90, o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost foram os sucessores da rivalidade entre Lauda e Hunt.

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