A World Battle de breaking, uma das novas modalidades olímpicas, vai regressar ao Porto entre 28 de agosto e 03 de setembro, integrando pela primeira vez uma World Series, quarta das cinco etapas de qualificação para Paris2024.
“É incrível para nós. Vencemos vários países para ter esta possibilidade de receber uma qualificação olímpica. Além disso, a World Battle vai ter festa, cultura, imensas formas de expressão artística e opções para as pessoas participarem em diversos eventos e vários desportos que não só o breaking”, vincou hoje aos jornalistas o organizador Max Oliveira, à margem da cerimónia de lançamento do evento, que decorrerá na Alfândega do Porto.
A World Series vai abrir em 30 de agosto com as qualificações, que, mediante um lote de “quase 300 atletas de mais de 60 países” - incluindo os lusos Deeogo Oliveira e Vanessa Marina - selecionarão 16 homens e 16 mulheres para estarem nas finais do dia seguinte.
A competição incide em batalhas individuais e pontua para o ranking mundial de acesso aos próximos Jogos Olímpicos, que vão marcar a estreia do breaking com 32 praticantes, 16 por cada género, na Praça da Concórdia, em Paris, entre 09 e 10 de agosto de 2024.
Esta forma de ‘break dance’, uma manifestação atlética de dança urbana, pretende atrair público jovem à 33.ª edição do maior evento multidesportivo mundial, cujo acesso deriva do ranking, de torneios continentais e do Mundial, agendado para setembro, na Bélgica.
“Tem havido muita luta. Precisamos de mais apoio e de atletas, mas levarmos um ‘b-boy’ ou ‘b-girl’ português num total de 16 é uma loucura para um país tão pequeno, sobretudo com a existência de uma quota de representatividade universal. Estar presente em Paris seria um grande feito para nós e estamos praticamente a garanti-lo”, notou Max Oliveira.
As disciplinas do breaking ausentes do programa olímpico vão aparecer no Porto logo a seguir à World Series, em 02 e 03 de setembro, com a World Battle a dispersar “mais de 50 atletas portugueses” e consagrados b-boys e b-girls à escala mundial por concursos individuais acima e abaixo dos 18 anos ou, coletivamente, entre grupos de cinco ou oito.
O evento tem mais de 17 anos e nasceu como Eurobattle, mas passou há cinco anos a designar-se de World Battle, devido à adesão de todos os continentes, com a Federação Mundial de Desportos de Dança (WDSF) a estimar cerca de 1,2 milhões de praticantes.
“O breaking está finalmente a adquirir reconhecimento em Portugal, tem conquistado os seus adeptos e obtido uma visibilidade muito positiva. Nasceu através da luta, expressa uma linguagem bastante atual e ainda é a modalidade em que as minorias vencem e se continua a mostrar que é possível ter a inclusão e a equidade como prioridades”, referiu.
Realizada em 2022 no Hard Club e no Coliseu do Porto, na presença do secretário-geral da WDSF, o russo Sergey Nifontov, a World Battle volta a ser planeada por Max Oliveira, em sintonia com a MXM Art Center, centro portuense de arte urbana que fundou e dirige.
“É um trabalho de vida. Dediquei-me desde sempre à modalidade, depois passei para a produção de eventos e, felizmente, sou um dos escolhidos para estar a trabalhar no seu desenvolvimento junto da WDSF e do Comité Olímpico Internacional [COI]”, enalteceu o também criador da Momentum Crew, o primeiro grupo profissional português de dança urbana, que vai completar duas décadas e é atualmente campeão mundial de breaking.
Os 50 anos da cultura hip-hop serão igualmente festejados com atividades contíguas à competição, entre exposições, workshops, demonstrações de rua, festas e espetáculos.
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