O remador Pedro Fraga garantiu hoje que não é pessoa de “desistir dos sonhos” e que o regresso aos Jogos Olímpicos, aos 38 anos, será norteado pela “ambição de sempre”.

“Não sou pessoa de desistir fácil dos meus sonhos e objetivos. Também tinha a confiança e o indicador… sentia que falhámos o Rio2016 e que tinha capacidade para mais. Apesar da minha motivação, também me fazia acreditar no meu valor. Foi o principal. Senti que não era o momento de pousar os remos”, vincou.

Pedro Fraga e Afonso Costa, de 25 anos, garantiram o ‘bilhete’ para o Japão ao terminarem em segundo lugar na final de ‘double scull’ ligeiro da prova de qualificação europeia, que se disputou em Varese, na Itália.

“Os atletas deste nível querem sempre mais. Não assumimos um resultado, um objetivo mais concreto, pois estamos há ano e meio sem competir”, recorda Pedro Fraga, referindo-se à qualificação nos Mundiais de 2019.

Em maio, a dupla vai participar numa Taça do Mundo, em Lucerna, Suíça, onde vai aferir o seu andamento e trabalhar de forma a que o remo português “tenha novamente um resultado de destaque para Portugal (…), um diploma olímpico, a final…”.

Juntamente com Nuno Mendes, conseguiu um oitavo lugar em Pequim2008 e um quinto em Londres2012, com a dupla a falhar posteriormente um lugar no Rio2016.

Agora faz equipa com um atleta 13 anos mais novo, ainda assim, “uma pessoa muito madura, crescida e que sabe bem o que quer”, alguém a quem reconhece “capacidade de concentração muito grande” e com quem tem sido “fácil” trabalhar desde 2018.

Maior dificuldade é mesmo a obrigatoriedade de agora terem de cumprir uma quarentena de 14 dias, face às restrições impostas para as viagens de e para Itália, no combate à pandemia de covid-19.

“Ainda estamos a tentar perceber a situação. Dia 31 de março, quando saímos de Portugal, desconhecíamos a situação. Esperemos que, pelo menos, seja possível termos uma autorização especial para treinarmos de forma isolada”, disse, recordando que fez testes a cada três dias em Itália, onde a equipa em estado em “bolha sanitária”.

Pedro Fraga espera uma “situação excecional” para os atletas que vão representar Portugal nos Jogos Olímpicos e lembrou da importância da vacinação dos desportistas lusos.

“Sem prejudicar ninguém, seria essencial o quanto antes os atletas serem vacinados, não só para as competições, mas para preservar a nossa condição física e preparação toda. Garantir que o investimento ao longo destes cinco anos não cai por terra a meses ou semanas dos Jogos Olímpicos”, concluiu.