“É o objetivo macro. Todos os nossos esforços, atitudes, treino, são para ter sucesso nos Jogos Olímpicos. Uma preparação para voltar a ganhar e é por isso que abdicámos do Mundial, com muita pena”, disse à agência Lusa o treinador Pedro Soares.
O técnico do Sporting e também da seleção nacional justificou que Jorge Fonseca, o melhor judoca português da atualidade, campeão mundial em 2019 e 2021, os primeiros títulos de Portugal na modalidade, não teria em Doha uma participação no seu pico.
“Não seria uma participação a 100%, nem a 50%. Importa não ir atrás da sorte”, sublinhou Pedro Soares, em relação à competição a disputar dentro de pouco mais de três semanas, entre 07 e 14 de maio, no Qatar.
Jorge Fonseca, que compete em -100 kg, não atravessa um período fácil. Ainda em 2022 esteve lesionado no joelho, o que o levou a falhar a presença no Masters em dezembro, e, já este ano, sofreu uma rotura muscular no Grand Slam de Telavive, em fevereiro.
“O Jorge teve uma rotura com alguma extensão, previa uma paragem de seis a oito semanas – foram oito - e mesmo seis seria curto para estar no Mundial”, explicou ainda à Lusa o selecionador nacional.
Em Telavive, o judoca do Sporting sofreu uma “rotura na face anterior da coxa”, com uma avaliação de três centímetros e já a afetar o tendão.
“Começou ontem [terça-feira] a fazer trabalho técnico, com uma integração progressiva, até fazer ‘randori’ [luta no treino]”, adiantou Pedro Soares.
O judoca, que já liderou durante largo tempo o ranking mundial do seu peso, é atualmente sexto classificado em -100 kg e 23.º, com quota continental, no apuramento olímpico, numa corrida em que as provas passam a contar a 100% a partir do Grand Slam da Mongólia, em junho.
Pedro Soares reconhece que importa voltar a subir na classificação, embora os olhos estejam postos no objetivo olímpico de uma nova medalha, depois de o judoca ter sido bronze nos Jogos de Tóquio2020, disputados em 2021.
Além de dois títulos mundiais, Jorge Fonseca juntou-se a Nuno Delgado (Sydney2000) e Telma Monteiro (Rio2016) como os únicos judocas lusos com medalhas em Jogos, todos com um terceiro lugar.
Ainda segundo Pedro Soares, o regresso de Jorge Fonseca deverá ocorrer em junho, com os Grand Slam do Cazaquistão e da Mongólia, este a contar já a 100% no apuramento olímpico, e depois com o Masters, antecipado este ano para agosto.
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