O jurista canadiano Richard McLaren, autor do relatório sobre o escândalo de 'doping' estatal na Rússia, foi contratado pela Federação Internacional de Halterofilismo (IWF) para investigar as suspeitas de 'doping' e corrupção na modalidade, anunciou hoje a organização.

McLaren, que vai presidir uma comissão composta por três elementos, vai conduzir uma "investigação independente" sobre as acusações existentes contra o presidente da IWF, o húngaro Tamas Ajan.

No início de janeiro, o canal de televisão alemão ARD exibiu um documentário que denuncia que uma "cultura de corrupção" se implementou a nível mundial no halterofilismo, com os levantadores de peso a serem raramente rastreados para casos de 'doping', e com os controladores a aceitarem dinheiro para a manipulação de amostras de urina.

Depois da divulgação do programa televisivo, Tamas Ajan decidiu renunciar às suas funções por um prazo de 90 dias, o tempo que a investigação independente tem para apresentar conclusões.

Até lá, a liderança da IWF vai ser assumida por Ursula Papandrea, a presidente da federação norte-americana.

"Tal como afirmei no passado, precisamos de alguém que não seja um amigo do halterofilismo para lidar com estas graves acusações", declarou Papandrea, após a nomeação de McLaren.

O jurista canadiano é o autor de um relatório encomendado pela Agência Mundial Antidopagem que, em 2016, denunciou um esquema institucionalizado de 'doping' na Rússia.