A Federação russa de xadrez vai deixar a Europa e passará a integrar a ‘tutela’ da Ásia, a partir de maio, uma notícia que o Kremlin encara com satisfação, após as tensões motivadas pelo conflito na Ucrânia.
“Hoje tivemos um evento histórico: pela primeira vez, uma federação de xadrez, uma das mais fortes do mundo, deixa um continente e opta por outro”, declarou o presidente da Federação russa da modalidade, Andrei Filatov.
Esta mudança, anunciada durante uma reunião da modalidade em Abu Dhabi, acontece num momento em que diversas federações desportivas russas, entre as quais a do futebol, têm considerado deixar de integrar a Europa.
“Estou ansioso por esta cooperação frutífera, com a participação de equipas russas em competições continentais e na organização dessas competições asiáticas na Rússia”, disse ainda Filatov, oligarca listado na Forbes e treinador de mérito de xadrez.
A mudança foi saudada com entusiasmo por Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo, sublinhando que tal permitirá a presença dos russos nas grandes competições internacionais, sob a alçada do continente asiático.
Em março de 2022, poucos dias após a invasão russa da Ucrânia, a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) e a União Europeia de xadrez anunciaram a suspensão da Federação russa da modalidade, embora os xadrezistas pudessem competir sob bandeira neutra.
A agressão russa à Ucrânia levou a que outras federações da Rússia, entre as quais a de futebol, fossem suspensas das competições internacionais, com atletas proibidos de competir e em outros casos admitidos de forma neutra.
Sem fim à vista para o conflito, tem sido intensa também a discussão perante a possibilidade de os atletas russos e bielorrussos, estes como aliados, competirem nos Jogos Olímpicos de Paris2024, uma hipótese que tem sido contestada, sobretudo após o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) ter admitido esse 'regresso'.
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