A Federação Equestre Portuguesa (FEP) cancelou hoje “todas as manifestações” da modalidade marcadas para o país, devido ao surto de herpesvírus equino (EHV-1) em Valência, Espanha, lamentando outro “revés” para a atividade.
O alerta, feito, primeiro, pela Federação Equestre Internacional, que cancelou eventos em 10 países europeus até 28 de março, devido “à rápida evolução de uma variante muito agressiva da forma neurológica do vírus equino”, não abrange o Vilamoura Atlantic Tour, a decorrer até domingo no Algarve.
Em vigor passam a estar, também, protocolos de biossegurança, com delegados veterinários internacionais.
“Infelizmente, esta medida é mais um revés na nossa atividade, e que terá impactos desportivos, sociais e económicos. Já tínhamos competições agendadas e a iniciar, que terão de ser novamente calendarizadas”, adianta a FEP, em comunicado.
A decisão afeta, além de Espanha e Portugal, outros oito países europeus, e causa “um momento muito angustiante”, somado ao impacto da pandemia de covid-19, com uma “atividade desportiva reduzida”.
Este momento é, assim, “muito perturbador para os atletas”, que procuram garantir requisitos mínimos de elegibilidade para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para este verão, mas também Europeus e Mundiais da modalidade.
“Como federação, estamos vigilantes, mas tranquilos [quanto à situação ocorrida em Valência], em contacto diário com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e várias associações. Sabemos que terá impacto a nível desportivo, social e económico”, comentou, à Lusa, o presidente da FEP, Bruno Rente.
No concurso em Valência, que está na origem da situação, de resto, participou apenas um cavaleiro luso, residente em França.
O dirigente federativo afirma que a instituição que dirige está já “treinada” no ato de recalendarização de provas, devido ao impacto da pandemia de covid-19, e à procura de “soluções junto de clubes e atletas” para que estes “não sejam prejudicados”.
A FEP já fez chegar à congénere internacional, a par de outras federações nacionais, um conjunto de preocupações com “atletas que lutam todos os dias por estes apuramentos e que vivem mais um momento angustiante”, após a suspensão de vários eventos em Portugal até ao final do mês, uma atividade importante para clubes e cavaleiros, e, a nível internacional, importante para assegurar qualificações para as principais provas.
Em comunicado, esta instituição admite ainda que irá tentar “junto das instâncias nacionais e institucionais alertar para mais esta dificuldade acrescida” para a “subsistência” do setor, para tentar auxiliar os atletas quando os eventos forem reiniciados na Europa e na recalendarização de provas desportivas no país à sua responsabilidade.
Nas medidas exaradas pela federação, é notado que “o isolamento e restrição de movimentos de casos confirmados ou suspeitos é fundamental para controlar surtos”.
O EHV-1 é um tipo de vírus que afeta cavalos e é transmitido por contacto direto ou indireto, agindo normalmente sobre o sistema respiratório, e pode, em casos raros, provocar encefalia, levando depois a problemas como pneumonia, podendo ser fatal.
Apesar de haver uma vacina disponível, que é eficaz em controlar a transmissibilidade, a sua eficácia na imunização e redução do impacto nocivo para a saúde é discutível.
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