O presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Sérgio Pina, mostrou-se hoje preocupado com uma perda do apoio financeiro da Santa Casa à modalidade e quando todas as verbas têm impacto na gestão corrente do organismo.
“Não dá para perceber bem se é só corte ou se é uma quebra total do apoio financeiro que normalmente dá à FPJ. Estamos em vésperas de ano olímpico e é uma verba que é sempre considerável”, assinalou Sérgio Pina, em declarações à agência Lusa.
O dirigente especificou que a FPJ recebe 30.000 euros anuais da Santa Casa e que não deixa de ser um “impacto considerável”, tendo em conta a sua utilização em períodos transitórios, para “apoio a provas e deslocações a estágios”.
Sérgio Pina abordou a questão do calendário, que é de grande sobrecarga para a modalidade, com um circuito mundial, e tudo o que isso implica, cada vez mais longe de Portugal.
“Temos a elite e os olímpicos, mas não podemos esquecer que os Jogos Olímpicos de 2028 estão aí à porta e temos de preparar, dar traquejo a todos esses atletas que os treinadores nacionais entendem que têm futuros promissores”, referiu.
Sérgio Pina reagiu ao anunciado corte da Santa Casa ao Desporto, confirmando a receção de uma carta, já depois de também hoje o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, ter comunicado que irá pedir uma reunião urgente com a provedora da SCML, Ana Jorge.
“Acredito plenamente no trabalho e dedicação do secretário de Estado e no que irá fazer para minimizar os danos que esta redução poderá causar”, disse ainda Sérgio Pina.
As federações desportivas foram avisadas através de cartas assinadas pela provedora Ana Jorge, que assumiu funções na SCML em 02 de maio último.
Em causa, de acordo com várias das missivas a que a Lusa teve acesso, está a revisão do “plano de patrocínios delineado para 2023”, advertindo, ainda, que o patrocínio, em nome dos Jogos Santa Casa, na sua maioria, além dos contratos em vigor não está assegurado.
A justificação para este corte prende-se com “a conjuntura económico-social que se vive”, que conferiu “novas exigências sociais e financeiras à SCML no que diz respeito ao apoio das populações mais vulneráveis”.
“O impacto financeiro associado a esta nova realidade obrigou a SCML a reequacionar projetos e reforçar respostas face a uma procura crescente dos serviços que a Misericórdia de Lisboa presta. Acompanhada por uma significativa perda das receitas provenientes dos jogos sociais do Estado, a atual situação orçamental que a instituição atravessa não pode ser ignorada”, lê-se numa das cartas enviadas a várias federações olímpicas.
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