O diretor executivo da agência antidoping russa (RUSADA) disse hoje esperar “restrições significativas” para todo o desporto russo, face à alegada adulteração dos dados entregues à Agência Mundial Antidopagem (AMA).

“O que é que a AMA vai fazer? Será rigorosa. É uma questão de reincidência, uma repetição, e com os mesmos métodos de sempre”, disse à AP Yuri Ganus, diretor executivo da RUSADA.

Até quarta-feira são esperadas justificações do Ministro dos Desportos da Rússia à AMA, sobre a razão para os dados aparentemente alterados, com evidências claras a serem apagadas seletivamente.

Se a AMA considerar que se trata de um novo esquema de encobrimento por parte da Rússia, em relação a dados que estavam sob custódia do Estado, as sanções podem vir a ser ainda mais pesadas.

“É, de facto, um grande problema e, obviamente, é expectável que, se as autoridades desportivas (russas) não encontrarem algumas respostas e forem as conclusões que imagino, a decisão seja dura”, acrescentou.

Em setembro, a AMA revelou ter encontrado incoerências nos dados entregues e que esperava explicações da Rússia.

“Os especialistas examinaram [os dados] que obtiveram e há sinais de alerta do que obtivemos. Existem algumas incoerências, estudámos as diferenças, e há questões que necessitam de ser respondidas”, disse o diretor-geral da AMA, Olivier Niggli.

Em janeiro, a entrega desses dados eletrónicos permitiu a saída de uma crise que durou mais de três anos, com a suspensão da Rússia após o escândalo que veio a público com um esquema generalizado de ‘doping’ e com conivência estatal.

A AMA exigiu que a RUSADA facultasse o acesso aos dados até 31 de dezembro de 2018, o que veio a acontecer em meados de janeiro, já depois de o organismo ter levantado, em setembro de 2018, a suspensão à RUSADA.

Para a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) a Rússia mantém a suspensão desde novembro de 2015, com os seus atletas a não poderem participar em competições, com algumas exceções, participando estes com bandeira neutra.

A abertura de um inquérito face às “incoerências” nos dados entregues pela RUSADA já foi confirmada pela vice-presidente, com Margarita Pakhnotskaya a revelar à AP que o organismo tem três semanas para responder.

A AMA pretende saber a razão pela qual os dados entregues pela RUSADA não correspondem à cópia anteriormente entregue por um denunciante do esquema.

Entretanto, o diretor da RUSADA disse também que o seu organismo não tinha a custódia dos dados e não tinha como alterá-los. A informação estava retida num laboratório, fora da jurisdição da RUSADA, e selado pelas autoridades do país.

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