O antigo chefe do laboratório antidopagem de Moscovo Grigory Rodchenkov, denunciante do ‘escândalo’ em torno da Rússia, hoje excluída de Jogos Olímpicos e Mundiais por quatro anos, congratulou-se com a decisão da Agência Mundial Antidopagem (AMA).
“Há muito tempo que esperava a decisão de hoje, que reconhece que a Rússia não tem cumprido com o Código Mundial Antidopagem”, afirmou Rodchenkov, num comunicado, no qual exulta a “punição de fraude, mentiras e falsificações de proporções inimagináveis”.
O denunciante lançou, em 2016, a suspeita sobre os Jogos de Inverno Sochi2014, que teriam sido palco de manipulação sistémica em favor dos russos, que acabaram em primeiro lugar no medalheiro, que abriu a porta às investigações.
Entretanto exilado nos Estados Unidos, Rodchenkov pediu ainda “castigos retroativos” para os Jogos de Londres2012 e Sochi2014, à luz dos novos conhecimentos, bem como mais investigações sobre treinadores e ‘staff’ médico.
A Rússia foi excluída dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e da fase final do Mundial de futebol do Qatar, em 2022, devido ao uso recorrente de substâncias dopantes por parte dos seus atletas, com o apoio estatal, num processo revelado há cerca de seis anos.
De acordo com um porta-voz da AMA, a decisão “tomada por unanimidade” determina a exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, de Inverno Pequim2022 e de todos os campeonatos do Mundo, e prevê a possibilidade de os atletas competirem sob bandeira neutra.
A decisão, tomada pelo comité da AMA que avalia o cumprimento dos regulamentos, é passível de recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
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