Os atletas de alto rendimento e as seleções nacionais de ginástica estão de volta aos treinos, adiantou o presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), mas há incerteza sobre o quadro competitivo e uma situação heterogénea.
Se os atletas do projeto olímpico estão de regresso aos treinos, após o plano de desconfinamento que se seguiu ao estado de emergência que vigorou em Portugal como resposta à pandemia de covid-19, os atletas de alto rendimento também regressaram e, "mais recentemente, os ginastas das seleções nacionais" estão de volta aos locais de treino habituais, num processo ainda por concluir para todos.
Entre os integrantes do programa para Tóquio2020, adiado para 2021, estão Filipa Martins, a única atleta de ginástica já apurada, no concurso de ‘all around', mas também Bernardo Almeida, Ana Rente, Beatriz Martins, Diogo Abreu, Diogo Ganchinho e Pedro Ferreira.
Segundo João Paulo Rocha, este grupo de atletas que já pode voltar aos ginásios e aparelhos "é uma minoria, muito minoria, dentro do universo total de praticantes".
"Depois, consoante a realidade de cada clube, o retorno, mesmo com as medidas excecionais do Governo, foi possível ou não. Há clubes, não a maioria, que são donos das instalações, e outros estão dependentes das instalações municipais, ou outros donos. Sem orientações do Governo, e com o medo, que ainda é muito, não as abrem", referiu o dirigente.
Assim, para muitos "a situação hoje não é muito diferente daquela que se verificava há um mês ou dois atrás", e "o número de pessoas que conseguem treinar é extremamente diminuto".
Outra incógnita, no momento, prende-se com a retoma da competição, com a FGP a preparar "um calendário alternativo", contando com as competições adiadas, mesmo com algumas que foram "canceladas porque não fariam sentido num período posterior".
Em particular, os campeonatos nacionais, "da I Divisão e de base, e as superfinais" estão em cima da mesa, com o objetivo de os organizar no último trimestre do ano, em concreto "entre o fim de outubro e o mês de dezembro".
"Para isso acontecer, supõe-se que os clubes consigam voltar a treinar algures em junho, julho na pior das hipóteses. Se só voltarem em setembro ou outubro, será difícil, [porque] é uma modalidade muito técnica que precisa de preparação", admitiu João Paulo Rocha.
Outra questão importante prende-se com o apuramento dos atletas para as finais e fases decisivas, normalmente realizados através de torneios regionais. Parte destes ainda conseguiram realizar-se, conta o dirigente, mas outros aguardam ainda indicações.
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