O técnico nacional Rui Fernandes assume a “frustração” de não ter podido testar o K4 500 nos Europeus de canoagem da Polónia, mas confia que o vai ter o pleno nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“Temos de manter o foco, a dinâmica no trabalho, e procurar colocar rapidamente o barco a trabalhar como todos queremos. Ninguém contava com isto, mas estas coisas acontecem. Precisamos ser mais fortes e unidos do que nunca para poder levar a bom porto mais esta dificuldade”, exultou.
Em declarações à Lusa, o treinador falava da crise renal que deixou o olímpico Emanuel Silva hospitalizado vários dias, perdendo os Europeus e obrigando a refazer as tripulações.
Depois da intervenção cirúrgica à qual foi submetido, Emanuel Silva vai demorar um pouco a voltar na máxima força ao K4 500, sendo sujeito a uma recuperação específica “sem dar tiros no pé, com cuidados muito rigorosos na recuperação” que será orientada por Jaime Milheiro, medico da seleção.
O restante trio trabalhará como previsto, mas com a ajuda, temporária, de um outro elemento “que deverá ser Kevin Santos”, que ficou muito próximo do apuramento para Tóquio em K1 200.
Quanto a Emanuel Silva, um atleta que “sabe o que tem e o que quer”, Rui Fernandes acredita que o canoísta que vai para os seus quintos Jogos Olímpicos se vai pôr rapidamente “fino para o que aí vem”.
Gorado o teste final ao K4 500, a reorganização forçada dos seus pupilos em outras embarcações foi “positiva”.
“Mesmo assim, saímos daqui com um sentimento positivo. Vínhamos para lutar pelo pódio em K4 500, era e continua a ser o nosso grande objetivo, mas dentro de tudo o que nos aconteceu os atletas tiveram excelente prestação”, vincou.
João Ribeiro fez K1 500, como estava previsto, depois substituiu o companheiro na dupla com Messias Baptista no K2 500, enquanto David Varela se se estreou em K1 200.
“O João Ribeiro chegar aqui e ser vice-campeão Europeu é sempre um grande orgulho e muito positivo. Com mais algum trabalho, o K2 (sétimo) podia ter saído com um pódio, esteve muito perto. Ficou a sensação que podia ter feito mais, mas faltou trabalho de conjunto e todos os pormenores contam. O Varela (17.º) participou em distância completamente nova para ele e esteve ‘mano a mano’ com todos”, elogiou.
Na Taça do Mundo de há três semanas, na Hungria, o K4 500 foi quarto, a quatro centésimos de segundo do bronze, enquanto nos Mundiais de 2019, antes da pandemia, o quarteto luso ficou a 15 centésimos do terceiro lugar, resultados que tornam esta tripulação candidata ao pódio nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
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