A cidade australiana de Brisbane vai entrar em “conversações detalhadas” com a comissão de organizações futuras do Comité Olímpico Internacional (COI) com vista a receber os Jogos Olímpicos de verão em 2032, anunciou hoje o presidente do COI.
O anúncio foi feito por Thomas Bach em conferência de imprensa, após o Conselho Executivo, hoje reunido por via telemática, aprovar por unanimidade a proposta de avançar Brisbane para esta fase do processo, que implica uma discussão avançada com a comissão de organizações futuras quanto a um plano concreto de acolhimento.
A cidade australiana do estado de Queensland fica, assim, mais perto de receber os Jogos, no que será um regresso ao país, e à Oceânia, dos Jogos após Sydney2000, depois de ser a cidade escolhida para o que a comissão chama de “conversações detalhadas”, para lá do “diálogo continuado” que tem mantido com várias cidades.
Em 2019, o novo processo de escolha de cidades organizadoras foi aprovado por unanimidade, com o estabelecimento de duas comissões de Jogos futuros, uma para o evento de verão e outra para o evento de inverno, que são responsáveis por gerir o interesse, e o desenvolvimento de projetos, de cidades ou regiões em receber a prova.
A norueguesa Kristin Kloster Aasen, que lidera a comissão de verão, explicou hoje que a candidatura reúne boas condições no que toca ao potencial de desenvolvimento para a região em que se insere, entre outros elogios, como das condições climatéricas favoráveis, mas que continuará o “diálogo continuado” com as outras cidades com que estão em contacto.
O conceito “muito avançado” proposto e alinhado com a Agenda Olímpica 2020, com o uso de 80 a 90% de locais já existentes ou temporários, as discussões avançadas com federações internacionais e o Comité Paralímpico Internacional, o “alto nível de experiência” com outros eventos, o plano de transportes e infraestruturas e a grande oferta hoteleira, bem como o apoio dos governos local e nacional e da opinião pública foram outros pontos elencados como favoráveis à cidade.
As discussões com o projeto e com o Comité Olímpico da Austrália resultarão em vários documentos relativos à proposta de organização, entregues mais tarde ao Conselho Executivo do COI, que depois votará a escolha ou chumbo da cidade como proposta à Sessão do COI, de onde sairá a decisão final.
Aasen não se quis comprometer com prazos, quer para a discussão quer para a decisão final, reforçando antes que foi “aproveitada uma oportunidade”, dadas “as previsões socioeconómicas para o futuro a nível global” e a incerteza causada pela pandemia de covid-19, para avançar para conversações específicas.
Thomas Bach e Aasen recusaram responder a questões sobre a proximidade de John Coates, que lidera o comité australiano e ingressou no COI em 2001, um ano após ajudar a organizar Sydney2000, tendo regressado à organização em 2020 para ser vice-presidente.
Bach lembrou que o novo processo de seleção foi aprovado por unanimidade há dois anos, para reduzir gastos, ‘lobbying’ e tornar tudo “menos político”, preservando “a reputação do COI”.
“O objetivo é criar um projeto olímpico com a candidatura preferida. Estes documentos serão estudados por esta comissão e reportaremos quando possível”, atirou Kristin Kloster Aasen, que explicou ainda que a candidatura liderada pelo Comité Olímpico da Alemanha já tinha informado “não querer continuar em diálogo continuado”.
Além dos alemães, estavam interessados, segundo a imprensa, cidades como Nova Deli, Jacarta ou Budapeste.
Para já, estão atribuídos, após Tóquio2020, adiado para este verão devido à pandemia de covid-19, os Jogos de Paris2024 e Los Angeles 2028, no verão, e no inverno os de Pequim2022 e Milão-Cortina d’Ampezzo 2026, com o anúncio para 2030 marcado para 2023.
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