Nos últimos anos, Angola tem estado cada vez mais no centro das atenções do mundo. Desta vez o desporto é o ator principal, levando por arrasto a economia e a política.
Com a organização do Mundial de Hóquei em Patins 2013, nas cidades de Luanda e do Namibe, Angola pretende ganhar notoriedade na cena desportiva mundial. Foram construídos dois pavilhões de raiz, o Multiusos de Luanda e o Welwitschia Mirabilis no Namibe.
Só na pacata cidade do Namibe, o evento gerou cerca de 500 empregos diretos a cidadãos angolanos, segundo reportou a direção provincial da Juventude e Desportos. Estes postos estão apenas ligados à construção do pavilhão e de hotéis (para acolherem participantes, protocolo e imprensa).
Paralelamente há centenas de jovens que foram mobilizados para prestarem apoio a nível informático e de segurança e dos adeptos.
Não são remunerados mas assumiram o compromisso como se tivessem sido contratados para o melhor emprego do mundo.
Manuel Zonda, voluntário destacado para o Multiusos de Luanda, é deficiente a nível motor, mas do alto das suas canadianas, desempenha as suas funções na perfeição. Já não é novato por estas andanças.
Fui contratado porque já tinha participado no CAN também como voluntário e gostaram de mim», afirmou ao SAPO Desporto.
Deste Mundial de Hóquei Patins, Zonda acredita que o país pode «voar mais alto» e pensar na possível organização de um mundial de futebol. Este campeonato «é uma mais valia para o nosso país. Coloca-nos nas bocas do mundo.»
O jovem frisa que, no entanto, «é preciso organizar melhor». As queixas, entre risos, vão para os jornalistas. «Não são fáceis de lidar. Querem fazer tudo e sem saberem se podem passar por aquela ou outra área e acabam por complicar às vezes o nosso trabalho. Mas foi mais difícil no primeiro dia. Era o teste. Depois disso tudo correu normalmente», frisou.
Quanto à organização do evento em si, o voluntário salienta que «deviam ter feito mais reuniões [briefings]. Por exemplo, no camarote para a imprensa não havia nada, nem cadeiras e muito menos mesas. Tivemos que improvisar em 'cima do joelho'. Não podemos deixar as coisas acontecerem, temos que as fazer acontecer.»
Mas, no seu todo, o balanço é positivo, o evento realizou-se nas duas cidades sem incidentes de maior, e a afluência de adeptos foi razoável. A afluência só foi maior nos jogos realizados a partir das 17 horas.
Na perspetiva da participação da seleção angolana, Manuel Zonda quis referir a tristeza pelo "chumbo" de Angola aos quartos-de-final: «Ficámos tristes quando perdemos contra o Chile. E frente a Portugal, antes do jogo começar já todos sabíamos que íamos perder.»
Para a final prevê um penta para a Espanha.
O Mundial de Hóquei Patins2013 termina este sábado, 28, em Luanda.
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