O selecionador português de futsal feminino, Luís Conceição, garantiu hoje que Portugal e Espanha "guardaram coisas" para a final do Europeu, em Gondomar, enquanto a capitã Ana Azevedo frisou que o entusiasmo da qualificação "durou só até adormecerem".

A antevisão do embate histórico, no domingo, no Pavilhão Multiusos de Gondomar, na final do primeiro Campeonato da Europa feminino de futsal aconteceu na quadra, com os selecionadores e capitãs disponíveis para falar sobre a partida decisiva.

Luís Conceição puxou da experiência para afirmar que "ambas as seleções guardaram coisas para amanhã [domingo]", explicando haver "sempre coisas que se escondem, que se tentam guardar para uma final".

“Sabíamos, do ponto de vista teórico, que iríamos encontrar a Espanha na final, pelo que chegado este momento há que surpreender com algumas coisas", assinalou.

Afirmando-se "tranquilo", citou-o como exemplo para as atletas: "Tenho de ser o mais equilibrado e tranquilo nestes momentos, até para passar essa imagem para o grupo".

De Espanha, disse que "o maior perigo para Portugal virá do coletivo", destacando, ainda assim, "três ou quatro jogadoras que de um momento para o outro podem fazer a diferença".

Num breve regresso à meia-final com a Ucrânia e ao facto de terem estado quase 2.500 pessoas no pavilhão, qualificou de "espetacular" o apoio recebido em Gondomar.

"Amanhã [domingo], se tivéssemos mais 3.000 lugares, eles estariam cheios. Ontem [sábado] houve momentos em que a equipa adormeceu, não estava tão bem, e foi aí que o público sentiu e puxou e isso é importante", assinalou.

Ana Azevedo admitiu que para a final "carregam o peso de uma nação" e que essa responsabilidade é assumida por todo o grupo, que já geriu o entusiasmo pela qualificação para a final.

"O entusiasmo durou só até adormecermos, agora é tempo de preparar a final", disse, admitindo que no jogo decisivo, ambas as equipas quererão surpreender, pese embora as seleções se "conhecerem muito bem".

Por isso, o jogo de domingo "será histórico, porque ainda nenhuma seleção o viveu e quem souber gerir melhor as emoções vai lidar muito melhor com o que vai ser o jogo", sustentou.

Do lado espanhol, a selecionadora Cláudia Pons informou ter todo o plantel disponível e disse que as suas jogadoras chegam à final "com muita confiança" e ambicionando "fazer um bom jogo para sair vencedoras".

"Estou à espera de um jogo mais dividido do que foram os das meias-finais. Os jogos com Portugal são sempre muito complicados e conhecemo-nos muito bem", disse Cláudia Pons, recordando os encontros de preparação que as duas equipas disputaram em Espanha, com vitórias para ambos, mas decididos pela margem de um golo (4-3 e 2-1).

A treinadora perspetivou uma "partida muito complicada", na qual será imperioso "errar o mínimo possível", frente a uma equipa de "Portugal muito forte".

A capitã espanhola Anita Aluján alertou para o facto de "terem de estar muito concentradas" no jogo decisivo, desvalorizando o facto de Portugal jogar em casa.

"Numa final a jogar em casa, quando o público puxa pela equipa nos momentos mais complicados é um ponto a favor, mas nós também iremos ter os nossos adeptos e iremos estar unidas, pelo que não acredito [que o público português] nos consiga influenciar", disse.

A final da primeira edição do Europeu de futsal feminino está agendada para as 18:30 e será precedida do jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, às 16:00, entre a Rússia e a Ucrânia.