Cristiano Ronaldo voltou a aparecer nos momentos-chave da seleção nacional, marcando um dos golos da vitória sobre a Alemanha (2-1), em Munique, que valeu a Portugal o apuramento para a final da Liga das Nações. No entanto, e apesar da influência inegável ao longo das fases finais, o capitão das ‘quinas’ chega à sua quarta final oficial sem nunca ter conseguido marcar num jogo decisivo por Portugal.

A história repete-se: Ronaldo brilha nas meias-finais, mas os golos desaparecem nas finais. Em 2004, no Europeu disputado em casa, apontou um dos golos frente aos Países Baixos (2-1), mas nada pôde fazer na final perdida para a Grécia (0-1). Em 2016, no Campeonato da Europa em França, voltou a marcar nas ‘meias’, frente ao País de Gales (2-0), mas acabou por sair lesionado ainda na primeira parte da final diante dos anfitriões — a qual terminaria com o histórico golo de Éder no prolongamento.

Em 2019, na primeira edição da Liga das Nações, foi o herói da meia-final contra a Suíça com um ‘hat-trick’ no Estádio do Dragão (3-1), mas, novamente, passou em branco na final frente aos Países Baixos (1-0), onde o golo decisivo teve assinatura de Gonçalo Guedes.

Agora, em 2025, Ronaldo chega à quarta final oficial da carreira pela seleção, novamente depois de marcar nas meias-finais, frente à Alemanha. O jogo de domingo, frente à Espanha, na Allianz Arena, poderá ser a oportunidade para quebrar o enguiço e, pela primeira vez, deixar a sua marca num jogo de decisão com a camisola das ‘quinas’.

Mesmo ao nível de clubes, o padrão manteve-se em algumas ocasiões. Na Taça de Itália de 2021, foi decisivo nas meias-finais diante do Inter de Milão, com dois golos no primeiro jogo (2-1), mas não marcou na final, embora a Juventus tenha vencido a Atalanta (2-1).

Por Portugal, no entanto, o impacto de Ronaldo nas fases decisivas é inegável — o golo nas meias-finais desta edição reforça uma tradição de aparecer nos momentos cruciais. Falta-lhe, ainda assim, o toque final: um golo numa final oficial, para completar o quadro de uma carreira internacional absolutamente extraordinária.

No domingo, frente à rival Espanha, o cenário está montado para uma possível despedida em grande. Resta saber se o capitão quebrará, enfim, o feitiço.