O internacional português Lúcio Rocha afirmou hoje que foi apanhado desprevenido com a eleição de melhor jogador jovem do mundo, poucos dias antes de se poder estrear num Mundial ao serviço da seleção de futsal.
“Sinto-me muito feliz. Fui apanhado desprevenido, mas é um sentimento muito bom, pelo qual trabalhei durante muito tempo. É muito bom ganhar este prémio e ter um reconhecimento destes”, salientou aos jornalistas, no hotel da seleção no Uzbequistão.
Lúcio Rocha é o segundo jogador português de futsal a conquistar este troféu atribuído pelo site especializado Futsal Planet, depois de Zicky Té, tendo sido uma das figuras da conquista por Portugal do Europeu de sub-19 em 2023, no qual foi o melhor marcador e o melhor jogador, e venceu também a Taça de Portugal e a Taça da Liga pelo Benfica.
“Já tinha comentado com alguns colegas que são sonhos tornados realidade. Nem nos meus maiores sonhos imaginava que ia ser tudo tão rápido e tantas coisas boas a vir ao mesmo tempo, mas trabalhei muito para isto e esforcei-me diariamente. Com ajuda da minha família, amigos, treinadores e clube, consegui conquistar isto tudo”, realçou.
Aos 20 anos, Lúcio Rocha pretende agora cumprir mais um dos seus maiores sonhos, a conquista de um Mundial, no qual Portugal é o atual detentor do troféu, após o triunfo na edição realizada em 2021, sendo um dos quatro atletas estreantes na convocatória.
“O sonho mais perto é o maior sonho da minha vida, que é ganhar o Mundial pelo país. Estou muito ansioso e quero ajudar a equipa e estes grandes jogadores, que são como uma família, mostrar que podem confiar em mim e ajudá-los jogo após jogo”, apontou.
A integração na seleção principal e num grupo “extrovertido” foi muito fácil, revelou, e sente-se “em casa”, acolhendo de bom grado o título de ‘espalha-brasas’, em jeito de comparação com a denominação dada pelo selecionador de futebol Roberto Martínez ao jovem futebolista Francisco Conceição, antes do Campeonato da Europa deste ano.
“Não há um nervosismo ou ansiedade. A pressão não é algo que me deixa atrapalhado, até acaba por ser bom. Neste desporto, quanto melhores formos, mais pressão existirá. Sabendo que tenho os companheiros que tenho, nervosismo não pode existir”, frisou.
A equipa das ‘quinas’ integra o Grupo E da prova, juntamente com Panamá, Tajiquistão e Marrocos, três seleções “com características únicas” e que podem criar dificuldades, sendo os africanos, na teoria, o adversário a ter mais em atenção nesta fase de grupos.
“Todas as equipas trazem preocupações, mas Marrocos é uma seleção que, para além da muita qualidade individual, é forte no coletivo. Tem jogadores bons ofensivamente e no um contra um. Já jogámos contra uma equipa parecida nesta preparação, Angola, e sabemos que é duro, porque nunca se sabe o que esperar. Teremos de estar muito concentrados, ter a nossa raça e pensar que ninguém vai passar por nós”, sublinhou.
O Mundial de futsal vai disputar-se no Uzbequistão, entre sábado e 06 de outubro, nas cidades de Tashkent, Bukhara e Andijan, com os embates de Portugal frente a Panamá, Tajiquistão e Marrocos na segunda-feira (13:30 em Lisboa), a 19 de setembro (16:00) e a 22 de setembro (13:30), respetivamente, todos na Humo Arena, na capital Tashkent.
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