O ‘capitão’ João Matos afiançou hoje que Portugal vai igualar na final do campeonato da Europa de futsal feminino frente à Espanha, no domingo, em Gondomar, o estatuto alcançado pela seleção masculina há quatro anos.

“É quebrar o enguiço como o futsal masculino nacional já o fez. Poucas dúvidas tenho de que as seleções masculina e feminina serão campeãs da Europa. Sem dúvida, Portugal está muito mais forte e organizado do que no último Europeu. Por isso, acredito piamente que levará de vencida a Espanha”, frisou aos jornalistas o fixo do Sporting, de 35 anos.

Os dois países vão reeditar, às 18:00 de domingo, o duelo decisivo da versão inaugural da prova, que foi favorável à ‘roja’ (0-4), em fevereiro de 2019.

“É um novo capítulo e uma nova oportunidade, sem dúvida. Não se tem sentimentos de vingança e de querer fazer porque no passado não tivemos sucesso. Não se vai pensar agora no passado, mas sim em olhar àquilo que é a organização e o erro do adversário. Vai ser um encontro extremamente competitivo, entre duas grandes seleções”, projetou.

Perante “equilíbrio muito grande” na quadra, João Matos elenca “o processo defensivo, organização e intensidade defensiva” como “chaves” para as lusas lograrem um inédito título, após a equipa masculina ter assinalado uma nova ‘era’ com dois campeonatos europeus.

Em caso de êxito num Pavilhão Multiusos de Gondomar com lotação esgotada, Portugal será o primeiro país a deter em simultâneo os títulos continentais de futsal masculino e feminino, depois de a equipa de Jorge Braz ter vencido pela primeira vez em 2018 (3-2 à Espanha, após prolongamento), num feito revalidado em fevereiro (4-2 sobre a Rússia).

“Como espetador e um pouco conhecedor do jogo, acredito que a equipa mais intensa e consistente na pressão tem mais vantagem. Dessa forma, impede o oponente de jogar e acredito que o recurso técnico não tenha qualidade para superar uma forte intensidade defensiva. Depois, Portugal tem grandes pivôs, improviso muito forte na ala e duas fixos extremamente boas. Acho que reúne mais do que condições [para vencer], apesar de a Espanha ser forte”, analisou o também campeão mundial pela equipa nacional em 2021.

O fixo, que conta 180 partidas e 21 golos por Portugal, baseia uma “seleção vencedora” na “competência, qualidade e organização” das jogadoras e numa “equipa técnica muito competente” de Luís Conceição, que se mantém no cargo de selecionador desde 2014.

“Se calhar, é um pouco banalizar, mas, dada a qualidade, é mais que merecido estar na segunda final consecutiva [do Europeu]. Com todo o mérito, com toda a qualidade que têm, com toda a competência e com todo o compromisso, é mais que merecido”, notou.

João Matos esteve presente na sexta-feira no Pavilhão Multiusos de Gondomar para assistir à goleada diante da Hungria, tal como o também bicampeão europeu e campeão do Mundo Tiago Brito e o ex-jogador Bebé, que juntou o título mundial ao continental e integrou recentemente as equipas técnicas das seleções nacionais de futsal masculino.

“Estamos cá como adeptos, amigos e grandes apoiantes, porque também sabemos que elas o são para nós. Alguns atletas [da equipa masculina] não puderam vir à meia-final, mas combinámos estar cá todos no domingo. Esta é a família de Portugal e expomos cá fora esse sentimento, que se aplica ao que é ser Portugal. Só assim faz sentido”, referiu.

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Jorge Braz, selecionador masculino, também integraram uma plateia com 2.016 espetadores, que possibilitou uma “envolvência extraordinária” e “deixou aquele arrepio” em João Matos.

“Gondomar é sempre um local que nos acarinha muito e que está presente. Esta força é fundamental e no domingo será preciso muito mais. Claro que não tenho a menor dúvida que os portugueses irão corresponder, até porque é essencial para ajudar a empurrar a equipa em fases menos boas. Portugal é de força, conquista, garra e emoção”, concluiu.