A seleção feminina de Angola voltou a ser convidada a participar no III Mundial de Futsal Feminino mas não vai marcar presença.
A Federação Portuguesa de Futebol afirma que enviou um convite à Federação Angolana de Futebol mas que nunca recebeu uma resposta formal.
Do lado angolano, a versão é outra. Noé Alexandre, presidente da Federação Angolana de Futebol de Salão - FAFESA - diz que nunca recebeu qualquer convite. Recorde-se que Angola participou na prova no ano passado.
Fontes do organismo máximo do futebol português garantiram ao SAPO Desporto que o convite foi enviado a tempo e horas para a FAF mas que a mesma nunca deu qualquer resposta. «Enviamos o convite, a todas as federações, com um prazo para responderem. De Angola, com muita pena nossa, não recebemos qualquer resposta foram». Cansados de esperar e findo o prazo, Portugal avançou para o sorteio sem a contar com a seleção feminina de Angola.
Noé Alexandre estranha que tenha havido convite e que ele não tenha essa informação. O próprio confidenciou ao SAPO Desporto que «tem estado em contacto permanente com a FAF», órgão que por norma é convidado quando se trata de assuntos do futsal e futebol de praia, mas que nunca lhe falaram nada.
Esta é mais uma "confusão" no mundo do futsal angolano. A seleção de Angola também não participou no apuramento ao Mundial2012, que decorreu este mês na Tailândia, por falta de comunicação. A Confederação Africana de Futebol diz que enviou o convite para a Federação Angolana e que a mesma não respondeu a tempo e horas.
A FAFESA tentou saber junto da FAF sobre o mesmo convite mas o órgão máximo do futebol angolano garante que nunca foi abordado pela CAF nesse sentido. A FAFESA tentou obter, junto da CAF, uma cópia da missiva enviada à FAF mas não obteve resposta. Afirmações que ajudam a agudizar a confusão em torno destes processos.
Estas indefinições têm vindo a prejudicar o futsal angolano. O selecionador da seleção feminina de Angola, Ricardo Batalha, afirmou ao SAPO Desporto que «a participação no Mundial em Oliveira de Azeméis em Portugal seria muito benéfica para Angola. A seleção estaria disponível para participar, de modo a ganhar experiência para o Mundial de 2015». Para Batalha, esta seria uma boa oportunidade para testar as angolanas junto de seleções de outro calibre.
O presidente da Federação Angolana de Futebol de Salão aproveitou para deixar algumas críticas à CAF, na forma como tem vindo a gerir o futsal africano: «Se dependesse da CAF, o nosso árbitro [angolano José Katemo, que esteve no Mundial da Tailândia] não teria estado no Mundial de Futsal. Os observadores dos árbitros foram todos de fora, daí que ele tenha sido escolhido, senão nunca iria ao Mundial», afirmou.
O árbitro José Katemo representou Angola no Mundial de futsal de Angola, chegando inclusive a arbitrar o jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares entre Itália e Colômbia.
Para Noé Alexandre, «o sorteio da CAF para o apuramento ao Mundial foi feito para beneficiar as seleções do Norte de África, seleções essas que só entraram na fase final da prova africana, ao contrário das outras seleções que tiveram de fazer mais jogos».
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