Arnaldo Pereira e Pedro Costa eram dois dos internacionais portugueses que faziam parte da equipa do Benfica que se sagrou campeã europeia de futsal em 2010 e não têm dúvidas de que esse foi o momento mais alto das suas carreiras.
"Foi um dia muito feliz visto que era um objetivo que já perseguíamos há muito tempo. Foi um dia marcante, importante para nós e para o futsal português. Foi sem dúvida o ponto mais alto da minha carreira", afirmou Arnaldo Pereira, antigo jogador das 'águias', que no jogo da final, frente ao Interviu Madrid, fez o segundo golo das 'águias'.
O ala considerou que a vitória europeia daquele ano ajudou a catapultar o futsal português para as conquistas mais recentes e "foi a prova de que, trabalhando bem, era possível as coisas acontecerem".
Sobre os segredos do triunfo por 3-2 sobre os espanhóis do Interviu, Arnaldo recordou que os 10.000 adeptos presentes nas bancadas do então Pavilhão Atlântico tiveram um papel decisivo.
"Houve três pontos fundamentais para levarmos de vencida o Interviu: organizar a final em casa frente aos nossos adeptos, que estiveram fantásticos; ter uma equipa recheada de grandes jogadores, com estrangeiros fabulosos e em que os portugueses estavam no seu melhor momento, e um treinador que nos conhecia muito bem, tinha jogado connosco, e sabia o que valíamos", terminou.
Pedro Costa lembrou com saudade e alegria aquele 25 de abril de 2010 e aponta que "foi um dia diferente de todos os outros".
"Há muito que sonhávamos ser campeões europeus, ainda para mais frente à nossa 'besta negra'. Durante todo o fim de semana estivemos confiantes e sentimos que a jogar podia ser a nossa hora. Felizmente foi e conquistámos algo único", sublinhou o internacional português.
Quanto ao ambiente que se viveu no Pavilhão Atlântico, também Pedro Costa admitiu que foi um fator "essencial" para fazer do Benfica campeão europeu.
"Foi especial ter 10.000 pessoas a apoiar no pavilhão e foi um fator essencial para nos empurrar para a vitória. Jogou a nosso favor estarmos em casa. Lembro-me que marcámos na primeira parte do prolongamento e no resto do jogo, a cada bola que cortávamos, que o Bebé defendia, o pavilhão juntava-se e ajudava a ir buscar forças onde já não existiam", referiu o jogador.
Quanto à equipa que chegou ao título europeu, inédito até então no nosso país, Pedro Costa reconheceu que foi um trabalho que começou bem antes da época de 2010.
"O Benfica sempre teve a insana, mas boa loucura, de ser campeão europeu. Foi a partir de 2007, quando se começou a juntar o núcleo da seleção nacional no Benfica, que se começou verdadeiramente a construir o Benfica campeão europeu de 2010. A esses juntaram-se jogadores de topo estrangeiros, mas o grupo de atletas portugueses, que já se conhecia há muitos anos, foi decisivo", realçou Pedro Costa.
Outro fator determinante para o universal foi a liderança de André Lima. Pedro Costa frisou que o técnico teve "uma preponderância enorme", salientando que não teve uma missão fácil ao "deixar de jogar e passar a liderar do banco uma equipa recheada de estrelas".
"O André soube gerir muito bem a equipa e conseguiu que todos os recursos se unissem numa só voz. Ele teve um papel muito importante nessa conquista", sublinhou.
Dez anos volvidos, Portugal sagrou-se campeão europeu de seleções, em 2018, e o Sporting 'imitou' o Benfica e conquistou a UEFA Futsal Cup, em 2019. Para Pedro Costa, foi a conquista de 2010 que abriu portas a estes êxitos.
"Até esse dia era sempre o 'quase que deu'. Com o triunfo do Benfica deixou de haver a desilusão do quase e Portugal, os jogadores e os treinadores passaram a ter a noção de que era possível ombrear com todos. Trabalhámos bem, abrimos caminho", concluiu.
Em 25 de abril de 2010, o Benfica conquistou, pela primeira vez na sua história, a Taça UEFA de futsal, ao bater na final os espanhóis do Interviu Madrid, por 3-2.
Na final, disputada no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, os 'encarnados' decidiram o jogo no prolongamento, com Davi a fazer o 3-2 aos três minutos da primeira parte, depois de Joel Queirós e Arnaldo terem marcado no tempo regulamentar.
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